“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

10 julho 2006

E porque não em Portugal?!

Portugal tem uma democracia (que muitos consideram muito recente e nova) assente em alguns anos (14 anos) acima da maioridade (32 anos).
São anos e experiências suficientes para uma maturidade democrática e política que ainda não conseguimos consolidar. Quer na sociedade civil, quer na elite política.
E é curioso verificar que, apesar da não empatia com este (des)governo de Bush, o exemplo vem das "bandas" da terra do Tio Sam.
O governo norte-americano, tem disponível ao público AQUI, com um acesso interessantemente alargado, documentos históricos, sociais e políticos (não confidenciais do ponto de vista de segredo de estado) para consulta, não só dos americanso como de todos os que, através do acesso à net, se interessarem por curiosidades do nosso tempo e da história do mundo, extremamente importantes (como esta).
Cá em casa, resta-me a minha velhinha enciclopédia juvenil (obrigado pais), a dicciopédia da Porto Editora, o meu diccionário Houaiss e a Wikipédia.com.
Porque a Torre do Combo, continua fechada a mil e uma chaves e para um número infimo de previligiados historiadores.
Muito pouco e pobre, para quem lutou por um país mais livre e democrático, em 1974/75.

7 comentários:

Al Berto disse...

Viva Miguel:

A ser verdade estou consigo nesta chamada de atenção apesar de não saber ao certo como se processa o acesso á Torre do Tombo.
Penso no entanto que são possíveis essas consultas desde que devidamente processadas.

Um abraço,

Anónimo disse...

Pois... basta informar-se. E não ficar debaixo dos arcos, remediado na sua pequenez, como se o mundo se limitasse ao seu próprio perímetro, convencendo-se de uma pseudo capacidade de problematizar a própria cidade e o mundo! Tenha dó. Veja-se ao espelho!

Terra e Sal disse...

Análise interessante a sua, Caro Migas:

Quando se fala de “maturidade democrática” do nosso país,em que alguns a dão como há muito adquirida, sinto que estamos ainda em embrião…
É que “maturidade” é também “perfeição”…
E disso, estamos efectivamente muito longe…

Para mim, e aqui, é apenas uma opinião dum pensamento, temos tanta maturidade democrática, como homens ou mulheres, idóneos e maturos somos, quando temos 17 ou 18 anos…
O que quero dizer com isto?

Apenas que, um bom e premeditado comportamento “público,” não é de forma alguma, pelo menos para mim, sinónimo de maturidade ou idoneidade.

Estamos ainda, passados que são 32 anos numa fase embrionária, ou para nossa “auto-estima” em “convalescença” avançada, de séculos de obscuridade por monarquias absolutistas e outros regimes autoritários e totalitários.

Por outro lado, as gerações mudam efectivamente…
Penso que hoje muitos têm já a noção dos valores democráticos e um comportamento (o tal comportamento publico) democrático.

Isso, na “teoria”, não garante que o sejamos mesmo, de corpo e alma.
E reporto-me a todos os pólos da nossa sociedade…
Sejam governativos, empresariais, educacionais, profissionais ou até mesmo familiares.

Depois, no interior de cada um, mesmo dos mais novos, existem ainda bolsas ou núcleos de pressão, de que não é fácil libertarem-se.
Essas “pressões” vêm geralmente dos comportamentos dos seus ídolos, que são de um modo geral, os seus progenitores…

Progenitores esses que, dependendo é certo, da idade, e para quem a liberdade e a democracia chegou tarde de mais não conseguiram, nem conseguem, absorvê-la na sua pureza e “boa-fé”

Apenas se servem dela, usando e abusando em oportunismos, pensando mesmo, que isso é que é liberdade, que esse comportamento é que é democracia, de que ouvem falar mas não entendem...
E pior ainda, interiorizaram e depois de algum modo, na sua santa ignorância, transmitem aos seus “seguidores”

Salvo raro excepções, e quer queiramos ou não, os filhos compartilham e absorverem os comportamentos daqueles que lhes são mais Caros.

Fazem-no em quase tudo, seja na política, no futebol, ou em qualquer outra coisa…
É um assimilar de comportamentos que temos de considerar naturalmente humanos.

É que, para esses que não sei se serão a grande maioria, ali está a perfeição, pese embora a cabeça muitas vezes lhes dizer que não.

Mas esses pensamentos emocionais, são relegados para um poço, lá muito para o fundo do inconsciente…

Portanto meu Caro Migas, acomode-se, sossegue, não tenha pressa, a plena democracia um dia chegará cá, e todos a viverão plenamente, estou certo.

Não me interessa quem a vai viver plenamente,se serão os meus filhos, netos ou bisnetos. alguém a vai usufruir em pleno e não em teoria...

O mundo será meis justo e fraterno, e é um consolo pelo menos saber agora, que cada um de nós, deixou um grãozinho para que eles tenham um verdadeiro celeiro de felicidade...

Mas para já, queira ou não, continuamos ainda com resquícios “salazarentos”é uma ferida que está já mais pequena mas longe ainda de secar...

Não me pergunte é quantas gerações são precisas para a renovação...
Mas ainda vão ser algumas, acredite.
Não comento o resto, já fui como sempre, muito lonnnnnnnnngo!
Apeteceu-me falar disto, para não me "chatear" com o Bush, com quem ando de relações cortadas...

Um abraço.

Pé de Salsa disse...

Olá Miguel,

Tem-se fartado de escrever..."protestando"!

Realmente não é assim tão fácil efectuar pesquisas na Torre do Tombo. Não é (ou não era...ainda há bem pouco tempo) para todos os que estejam interessados em fazê-lo, para além de nos termos de deslocar a Lisboa.

Também acho que já era tempo de podermos ter o acesso aos mesmos mais facilitado e inclusivamente via internet.
Porque não?
Cumprimentos para si.

Migas (miguel araújo) disse...

Cidadão do Mundo.
O seu mundo deve ser, com certeza, muito menor que um dos meus arcos. A crer na sua incapacidade de aceitar a opinião dos outros, mesmo que contrária à sua (se é que a tem), de aceitar que há gente que gosta da vida, de a criticar e de a olhar de frente e que tem, legitimamente, todo o direito em fazê-lo.
O que não lhe dá o direito de se julgar superior aos outros, porque, demonstrativamente, não o é.
Tenh você dó-ré e mi e compre um espelho porque o seu dev estar partido.
Eu olho-me convicatmente, todos os dias no meu.
Sem mais...

Migas (miguel araújo) disse...

Caro Terra & Sal.
Como sabe, seja a sua prosa extensa ou mais piquena, é com claro gosto que a leio do princípio ao fim, para não dizer que, em alguns casos, a releio.
A moral da história é se, respeitosamente, concordamos ou não.
E como me apraz as duas situações, como bem sabe.
Neste caso concreto, tenho que agradecer este seu comentário porque esclareceu o que eu quiz dizer.
E neste particular, reconheça a minha total concordância com o seu ponto de vista.
Como vê, nem sempre "berro" consigo.
Um abraço

Migas (miguel araújo) disse...

Pé de Salsa.
Viva e bom regresso!
E como diz... acabou mundial à cabeçada (aqui, para os lado da ANMP, é à pedrada) e a vida real traz-nos estas angústias.
Mas, esteja o meu caro, perfeitamente à vontade para, com o seu teclado, "re-protestar".
Cumprimentos sem protestos