“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

29 julho 2006

Coincidências...

Enquanto ouvia o noticiário das 13:00 sobre a crise no Médio Oriente, lia, Aqui no Diário de Notícias, Aqui no Público e Aqui no Correio da Manhã, a recusa ao pedido da ONU num cessar fogo por 72:00 horas, para permitir alguma ajuda humanitária aos desalojados, às populações e às vitimas desta guerra.
Como já, por diversas vezes, afirmei, qualquer guerra é totalmente desprovida de significado e fundamentação.
Violência gera violência.
A Guerra gera a morte e não a solução.
E se há alturas que o mero acaso toma dimensões de irracionais coincidências, hoje o dia é fértil.
Veio-me logo à memória, a letra de um excelente tema musical da Mafalda Veiga, baseado no cancioneiro Espanhol "Madre anoche en las trincheras".

Balada de un Soldado

Madre, anoche en las trincheras
Entre el fuego y la metralla
Vi un enemigo correr
La noche estaba cerada,
La apunté con mi fusil
Y al tiempo que disparaba
Una luz iluminó
El rostro que yo mataba
Clavó su mirada en mi
Con sus ojos ya vacios
Madre, sabes quien maté?
Aquél soldado enemigo
Era mi amigo José
Compañero de la escuela
Con quien tanto yo jugué
De soldados y trincheras
Hoy el fuego era verdad
Y mi amigo ya se entierra
Madre, yo quiero morir
Estoy harto de esta guerra
Y si vuelvo a escribir
Talvez lo haga del cielo
Donde encontraré a José
Y jugaremos de nuevo
Madre, sabes quien maté?
Aquél soldado enemigo
Era mi amigo José
Compañero de la escuela
Con quien tanto yo jugué
De soldados y trincheras
Madre, sabes quien maté?
Aquél soldado enemigo
Era mi amigo José

5 comentários:

José Manuel Dias disse...

***/***

João Branco disse...

pois... a crueldade por vezes não tem limite... e é pena que muitas vezes se matem as pessoas erradas...
Não censuro e até aprovo a atitude do exército Israelita em tentar aniquilar membros do Hezbollah, agora como se sabe muitas vezes quem paga ou quase sempre são os civis... e nem pelos que não tem culpa dos extremistas\parasitas que se alojam no seu território, escapam à violência do inimigo

CAntonio disse...

Perfeito! Irretocavel!

João Branco disse...

Mas atenção amigo Migas:

Apoio a ofensiva Israelita!
Censuro é a sua apetência para matar civis... em vez de aniquilar os elementos do Hezbollah!

E sou a favor da ofensiva Israelita apenas para um motivo!
A velha Europa demorou séculos a construir o que se chama hoje de mundo civilizacional ocidental que é uma obra espantosa se queiramos integrá-la como um todo em todas as áreas...
Não será o terrorismo que num século destruirá mais de 20 seguramente!

Por isso apoio a ofensiva Israelita no Libano, embora censurando a morte inocentes de civis Libaneses!

Terra e Sal disse...

Caro Migas:

A guerra é sempre um acto bruto e animalesco.

Tempos vão em que se tocava a corneta para começar ou interromper as batalhas por um determinado período.

Agora a guerra não faz intervalos, é mais selvagem, há menos dignidade da parte dos beligerantes, sejam comandadas por generais, presidentes ou marechais.

Quando lemos algo relacionado com isso dos intervalos das batalhas, agora â distancia de séculos, parece-nos uma palermice, mas acho que havia mais cavalheirismo.

Mostramos hoje, nestas circunstancias de guerras, pavoneando-nos como gente civilizada, quanta bestialidade há, no ser humano.

Uma guerra não é mais nem menos, que um acto de terrorismo...
Tudo se justifica, quanto pior melhor...
"Ajuda mesmo o moral das tropas"...

As chacinas, chamam-se danos colaterais, ou outra palermice qualquer com nomes pomposos que se queira dar...

E isso sai da boca de presidentes com grande responsabilidade no mundo, como sai de um anormal qualquer...
Mas é sempe dito com muita convicção, que até parece que têm razão...

Todos sabemos, ou devíamos saber, que quntas mais vítimas causar, e sejam quais forem, melhor serve os intentos porque ela começou.

Tudo o que se disser a justificar isto ou aquilo, é conversa fiada, venha de onde vier e sejam de cá ou de lá...

Esquecemos as bombas dos EUA no Japão?
Era sua intenção atacar só alvos militares?

Não somos robots, temos cabecinha para pensar...

O pensar dos outros por muitos chocalhos que tragam ao peito ou ao pescoço, não influenciam o meu, de modo nenhum.

Cumprimentos.