“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

19 junho 2006

Os lusos "bodes" expiatórios...

Sua Excelência, o ministro da Saúde - Correia de Campos, sugeriu que "é provável que tenha havido várias insuficiências de várias entidades e instituições" (fonte público online) no caso da morte do bébé, depois da mãe ter sido transferida de Elvas para Portalegre. Mesmo que os resultados do processo de averiguação só venham a ser conhecidos na próxima semana.
Do facto de a jovem mãe não ter sido acompanhada na ambulância por um técnico de saúde até às várias entidades e instituições insuficientes, vai, com certeza, um "pulinho"!
É a realidade dos lusos "bodes expiatórios"!
Porque a insuficiente, irracional e mesquinha posição política e economicista do fecho das maternidades, sem estudos abrangentes e realistas, fugindo à responsabilidade estatal e aos seus desinvestimentos sociais e regionais(essencialmente sentidos no portugal interior), essa está e permanecerá, obviamente, imune e intocável.

3 comentários:

Anónimo disse...

Gostaria de acrescentar alguns aspectos relativamente a este tema.

O fecho de blocos de partos não significa o fecho de maternidades. Fecham blocos de partos mas maternidades continuam a funcionar.

Há uns anos atrás, foram fechadas centenas de serviços (maternidades e blocos) e qual foi a consequência? A redução significativa da taxa de mortalidade infantil, que era das mais elevadas da Europa, para uma das melhores, agora.

Mas, além da diminuição de mortes à nascença, houve uma redução enorme de crianças com deficiências. Ou seja, menos mortes e mais saúde.

Quanto a Elvas, e também há uns anos atrás, quando o governo era PSD, os serviços de maternidade e bloco estiveram fechados 6 anos. Apesar disso, nunca se viram manifestações.

As manifestações actuais são mais políticas do que racionais. Quantas pessoas participam a quem um parto já nada diz? Desde homens a mulheres? Qual a percentagem de mulheres em condições de ter um parto?
Há mesmo presidentes de autarquias que sendo médicos, na vez de esclarecerem a população quanto às razões do fecho de blocos de partos, fazem o contrário, desinformam e incitam as populações a manifestarem-se. Porque será?

Concerteza que o estudo que conduziu à conclusão do encerramento dos blocos de partos em causa (não maternidades), não o fez por mero economicismo. Se este aspecto pode estar implícito, há outras razões mais importantes e significativas, técnicas e humanas, que foram consideradas.

O objectivo, concerteza, será prestar-se um melhor serviço à população parturiente. Senão, há uns anos atrás não teriam sido encerradas centenas de maternidades.

Cumprimentos
S.F.P

Migas (miguel araújo) disse...

Caro S.F.P.
Permita-me discordar do seu excelente comentário e interessante ponto de vista em relação ao tema.
Não quiz fazer desta questão uma questão partidária/política.
Portanto nada tem a haver com o facto de ser o governo do partido A ou B.
Embora reconheça que o encerramento, há uns anos, de maternidades/bloco de partos tenha contribuído para a diminuição da taxa de mortalidade (mas não exclusivamente por esse facto), também não me parece que o excessivo número de encerramentos tenha sido correcto.
E não me parece que após tantos encerramentos ainda seja correcto continuar tanta desertificação e desinvestimento social no país.
E não são questões de ordem técnica, até porque não existe uma relação directa entre o número de partos reduzido e a falta de condições técnicas (por exemplo S. Tirso) ou de questões de insuficiência de recursos humanos.
É uma questão de números.
E é sempre mau quando as pessoas contam como números.
E como sempre, neste país, reforma-se, encerra-se e só depois se pensa nas respectivas alternativas, reestruturações e nas consequências.
De qualquer forma, obrigado pelo acréscimo ao debate.
Cumprimentos

Anónimo disse...

Se não quis fazer uma questão Partidária/politica quis fazer o quê??