Em relação aos dois últimos "postais" e respectivos excelentes comentários, parece-me oportuno fazer um "ponto de ordem", não só para esclarecer algumas questões, como para congregar opiniões e, eventualmente, voltar a "atear o fogo".
Ponto de Ordem 1.
TERTÚLIA
Esta ideia, curiosamente já por mim tentada com ilustres personagens da nossa praça (mas nunca amadurecida), afigura-se-me deveras interessante e tentadora.
Para que se esclareçam alguns comentários (mais distraídos) o que se foi sugerindo foi a realização da referida tertúlia que nunca implicaria o abandono, particularmente, deste meu espaço e, acredito, dos outros "colegas" intervenientes. É óbvio que qualquer blog que não seja essencialmente de caracter pessoal (entenda-se mais ou menos íntimo), que aceite a colocação de "coments" (moderados ou não) e que tenha o mínimo de interesse (seja ele qual for) torna-se (porque aberto) um tipo de tertúlia. Mas tem, obviamente as suas limitações.
Assim, o que se propõe é algumas alternativas:
- Um blog conjunto e com alguma dinamismo (embora não deixe de ser mais um blog).
- Uma atertúlia ao vivo, num espaço aberto (público) com alguma periodicidade (semanal - quainzenal - mensal), tipo (só como exemplo, claro) "prós e contras" mas sem câmaras.
- A mesma tertúlia, mas numa estação de rádio.
- Ou outra...
Ponto de Ordem 2
ANONIMATOS
Anónimos são todos os annonymous e todos os pseudóminos não identificados.
Em primeiro lugar parece-me algo abusivo e pouco modesto que os blog's funcionem à custa dos anónimos.
Tenho, obviamente, encontrado, neste espaço, uma clara sensação de pluralidade, democracia e elevada participação cívia e cultural dos anónimos e pseudóminos (salvo uma ou outra raríssima excepção), mas acima de tudo um enorme civismo e respeito (independentemente das posições). São exemplo disso, para além de anónimos mais ou menos "anónimos", o Terra&Sal, Maréchal Ney, Pé de Salsa, Enfant Terrible, a sintrense(?!) Greentea (chá verde para os amigos?!), sei lá quantos mais (infelizmente e peço desculpa, não me consigo lembrar de todos).
Mas este espaço também foi e é movimentado pelos "sem véus"! Exemplos, o (em pausa) Dr. Raúl Martins, João Pedro Dias, Bad, Nuno Quintaneiro, José Mostardinha, Jorge Ferreira ("lutas" antigas, agora noutro lado), Pedro Neves, Helena Thadeu, Pedro Sousa, José Figueiredo, os mais distantes no tempo Diogo Machado, Pires da Rosa, João Oliveira, e outros mais que a memória já me vai atraiçoando.
E há também aqueles que por aqui passam, mas que por "vergonha", timidez e falta de coragem, ou ainda, porque pura e simplesmente não lhes interessa, não vão escrevendo nada.
A blogoesfera é de TODOS e para TODOS!!!!
Portanto, afirmar-se que o anonimato é o motor deste conceito de participação é, no mínimo, redutista.
Ao contrário do que filosoficamente (sem qualquer tipo de cinismo) Terra&Sal defenia como a diferença entre o Ser e o Ter, a mesma não reside no seu existencialismo.
Reside na sua essência.
No facto de livremente colocarmos as nossa convicções, opiniões e conceitos.
No facto de nos mostrarmos sem preconceitos. Mas de uma forma total.
É certo que este espaço (salvo raríssimas excepções) sempre teve nos anónimos e nos pseudóminos uma participação cívica, leal, respeitadora e, essencialmente, democrática e pluralista.
Mas as "armas" não são iguais. É muito mais cómodo, dizermos o que pensamos, sem nos "mostrarmos".
A propósito da polémica publicação das caricaturas dinamarquesas e de um ou outro processo judicial por difamação ou calúnia, referi que entendi como incoerente as posições que defenderam a publicação das ditas figuras, a encoberto duma irrealista concepção de liberdade, concretamente, a liberdade de expressão.
Afirmarmos que a mesma é ilimitada e desprovida das mais elementares regras básicas do respeito e da liberdade do outro, é não vivermos neste mundo.
É óbvio que esta liberdade de expressão tem limites. Limitada pela liberdade de SER do outro.
Seja em que realidade for: no trabalho, no lazer, na política e, de forma mais abrangente, na sociedade.
Respeito, até pelo tempo que já aqui passei com os mesmo, as opções e convicções de cada um.
Entendo no entanto, que, a favor de uma melhor democracia, todos devíamos tirar os "véus".
Quanto à Tertúlia, venha ela. É deveras um desafio interessante e motivador.
Atrevo-me a "espicaçar" o caríssimo José Mostardinha, por se ter mostrado tão disponível e, se calhar, como ele disse,com alguns trunfos na manga. Seja em que formato for.
É uam questão de participação cívica, à boa maneira da história aveirense democrática, participada e plurlista.
Um confronto à boa maneira desta veneza de portugal.
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