Muito antes da cidadania do ilustre ex-candidato Manuel Alegre, já nos finais da década de 80 e princípio da de 90 (entre 198 e 1993) fiz parte de uma núcleo de cidadania, aparte de partidarices (embora político), mas com verdadeiro sentido cívico e social: Nova Geração!
Havia igualmente, nessa altura, uma publicação (gratuita) na qual participei igualmente (de corpo e alma) e da qual (entre outros artigos) resultou este texto (ainda escrito à máquina - hcesar - que (re)descobri em papéis "perdidos". Obviamente sobre Aveiro.
PENSAR AVEIRO
Olhar a cidade, meditá-la, sentir o seu constante pulsar num mar de mutaões físicas, sociais e culturais, é simplesmente viver o dia a dia duma história que vamos construindo, mais ou menos, conscientemente.
Já nos séculos XII e XIII, Aveiro tinha um peso e papel importantes na economia portuguesa, no que respeita à produção salineira e ao seu contributo na área das pescas.
Hoje... já longe de um passado recente, onde (muitas vezes em filmes kodak) recordamos o sal e o marnoto, o moliço e o moliceiro, onde o ovo mole é rei... Aveiro é ainda fruto de quem a ela se dedica de copo e alma, de quem o sangue ou o espírito de "cagaréu" e "ceboleiro", na sua maior parte das vezes votados à indiferença dos olhares do poder central, vai construindo o progresso e desenvolvimento que vão fazendo desta cidade uma terra à CEE (na altura) plantada.
O mesmo sol, mar, ria, bairrismo das gentes da beira mar que se mantêm, há longos séculos, a par de um concelho que, indiscutivelmente, conhece des 1976 - primeira eleições autárquicas - um futuro prometedor nos campos social, económico, cultural e político, constituem um exemplo quase único dum contributo autárquico, de exemplar trabalho, no progresso global do país.
Se 1992 coloca importantes e difíceis desafios a Portugal, Aveiro que sempre soube preservar a sua identidade cultural, construída com o enorme fluo migratório que acolheu dentro de um espírito quase maternal, reflecte, já hoje, a forma cabal de como é possível conqusitarmos, em comunidade, o lugar na Europa que a história de quihentos nos conferiu.
É esta a cidade que pensamos...
Preferida desde nobres (a exemplo da nossa padroeira) até ao mais simples e comum dos cidadãos, a antiga Alavarium continua a construir a sua história, com as suas gentes e os seus costumes. Gentes com o espírito de luta inerente a quem o mar encontra a sua expressão máxima de realização pessoal e o costume sempre democrático de, quase por intuição natural, saber colocar nos desígnios da cidade mãos de homens capazes de um trabalho pautado essencialmente pelo sentido comunitário, humanista e social, em prol do progresso e desenvolvimento que todos reconhecemos.
Aveiro é o que dela formos fazendo.
A cidade é o que dela pensarmos...
6 comentários:
Viva Miguel:
Sobre o texto do seu post limito-me a acrescentar:
- Tenho dito...
Um abraço,
Meu caro,
Percebo que a tua memória já não seja o que era. A idade não perdoa... Por isso vamos lá a uma rectificaçãozinha: o grupo a que tu pertenceste chamava-se (chama-se, porquanto ainda não foi formalmente extinto, embora esteja inactivo há mais de 15 anos...) IADC - Instituto Aveirense da Democracia Cristã. Era um grupo de cidadãos interessados em discutir política, sem vínculo partidário obrigatório. Recordo-me, aliás, que no dia em assinámos a escritura de constituição do grupo a Antena 1 me ligou porque estávamos a ser apresentados como uma facção democrata-cristã do PSD! Imagina tu! Entre as nossas actividades publicámos o tal Boletim que se chamava «Nova Geração». Onde escreveste e escrevemos e escreveram outras personalidades de relevo na nossa vida nacional. Mas não só. Lembras-te do sucesso que foram os jantares-debate no Hotel Imperial com os falecidos Franco Nogueira e Francisco Lucas Pires que lotaram por completo o local com quase 200 pessoas? Lembras-te das acções de formação política de dois dias inteiros com a presença de especialistas de relevo em vários domínios? Pois é, meu caro. Outros tempos.... Talvez um dia voltem. Um abraço. JPD
Caro João Pedro
É isso tudo. No texto baralhei-me porque me queria referir à publicação que tinhamos (ou como dizes, temos) onde fui buscar esta "relíquia".
De facto a memória vai-me dando umas facadinhas. A memória e as recentes preocupações da vida. Mas isso são outras águas e marés.
Obrigado pela correcção.
Ó Migas, o cónego Melo nada tinha a ver com essa organização "clandestina", em que vos confundiam como uma facção de outro partido, pois não?
Caro Terra e Sal
Nem "cónegos", nem "melos" (acho eu)e nem "Ordens" - tipo OD ou Maçonarias.
E muito menos clandestina, já que fazíamos tudo às claras e publicamente.
Quem sabe se, por ter sido (ou ser como diz o João Pedro)um movimento estritamente cívico e de pura cidadania, não terá sido aí que o seu "amigo" Manuel Alegre se inspirou para as presidenciais?!
Abraços
Depois digam que não politizam a coisa!!!
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