“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

25 maio 2006

O Código secreto...

Quanto mais se mexe na "dita"... mais ela cheira!
Um velho ditado, que (de tão velho) continua perfeitamente actual.
A propósito da polémica (!) em torno do filme baseado no Romance de Dan Brown - O Código da Vinci (que já li), é de louvar a atitude da Igreja (salvo raras e pontuais excepções), no seu sentido abrangente e das suas "cúpulas". A liberdade de crer ou não crer, está na capacidade de fé e de convicção de cada indivíduo. Não se impõe. Esclarece-se e ensina-se. Crê-se e pratica-se.
Não é, por isso, um livro de ficção que, após a demonstração teológica e histórica dos seus argumentos, irá abalar a fé dos crentes.
A Igreja tem aliás hoje, mais com que se preocupar do que com livros de ficção e romance. Por mais bem escritos e até de leitura interessante que possam ser.
Numa sociedade cada vez mais aberta, mas vulnerável, solicitadora e inconsistente, a preocupação da Igreja deve ser o da re-envagelização, a começar pela própria europa.
Reenvagelizar, tornando-se mais viva e mais na vida.
Mas tinha de haver um senão.
Com uma necessidade estupidamente vital, a Opus Dei tinha que vir a terreiro, demonstrar toda a sua "opolência" teológica, uma estranha necessidade de sobrevivência. Numa demonstração de força e poder no seio da Igreja, a Ordem teria tido mais a ganhar ignorando do que criticando o que não havia a criticar, a não ser no imaginário de uma tela cinematográfica. Reforçando apenas o poder crítico dos seus críticos. Reforçando a ideia generalizada do sombrio, do obscuro que reveste a sua existência.
Aliás é curioso verificarmos que nem a Opus Dei, nem alguns sectores mais conservadores da Igreja, tiveram a mesma reacçõ aqunado das caricaturas dinamarquesas. Então, onde está agora o princípio da liberdade de expressão?!
E resultado...
Após o fracasso exibicional no festival de Cannes, o filme Código daVinci, bateu o record nacional de audiências (nem o Crime do Padre Amaro ou a Paixão de Cristo): em 4 dias 215.840 espectadores (uma média de 53.960 espectadores diários).
Quem ganhou...
o Dan Brown e a indústrai cinematográfica.

7 comentários:

Rogério Carvalho disse...

Olá caro amigo Migas, também partilho a tua opinião.

De facto é de salientar, quando falou nas caricaturas dinamarquesas, julgo, não quero dizer disparates, mas foram as do Profeta Maomé.
Comparei num artigo que escrevi no meu espaço Hi5 (www.Hi5.com)a atitude e o clima de instabilidade criados por essa publicação, com o livro e filme do Código da Vinci, e, de facto, felizmente as mentalidades são diferentes (Europeus e Mulçumanos).

Inspirei-me nessa comparação com base na notícia de 21/05/2006 no jornal "O Primeiro de Janeiro" o artigo/texto "Livro queimado, filme suspenso". Isto, porque ainda há europeus (politicos) com mentalidade da era da inquisição.

Al Berto disse...

Viva Miguel:

Relativamente ao "repto" ele está lançado, aguardemos novidades do "grupo dos notáveis"...lol!

Sobre o post que aqui coloca acho-o uma preciosidade.

Penso alías que essa coisa de "Opus Dei" não passa de uma tertúlia de gente opulenta e preconceituosa que, sempre que pode, pavoneia a sua fútil vaidade com argumentos falaciosos.

Onde é que eles estavam quando foi necessário combater pela liberdade deste país?

...A "comer da panela", claro.


Um abraço,

Anónimo disse...

Desculpe Migas mas não posso deixar de comentar o sr. José Alberto Mostardinha.
Com que então a Opus Dei" não passa de uma tertúlia de gente opulenta e preconceituosa que, sempre que pode, pavoneia a sua fútil vaidade com argumentos falaciosos.
Santa ignorância!
Deus te abençoe meu filho!
Amen.

João Figueira disse...

E quem perdeu? quem pensava que ia ler um bom livro(admitamos, apesar de todas as polémicas, não deixa de ser um bom livro) e ia ver um bom filme ao cinema. o livro continua a ser bom. Já o filme... digamos que mais valia estarem quietos.

Terra e Sal disse...

Caríssimo:
Eu um dia destes vou-me embora que o tempo está convidativo para ir todos os dias um bocadinho à praia, e vou deixar de andar por aqui.

Mas vou ter saudades, da Blogosfera e de todos vós.
Passamos aqui de quando em vez, uns bons bocados, e eu por natureza sou bem disposto, mas o Inverno passou, e a hibernação chegou ao fim e há que abalar.

Isto a propósito ali do nosso Anónimo (que deve pertencer a alguma Ordem Religiosa, mas séria:) que “pegando-se” com o Mostardinha, na vez de o excomungar, abençoa-o.
Vê-se que é um homem de bem.
Efectivamente, é um exemplo a seguir por aqueles que de algum modo têm funções clericais…

Também quero largar a minha posta sobre a “Opus Dei” que há tempos cá aos “Arcos” não venho.

É uma organização fechada, esquisita e estranha, que não se compreende nem se justifica, no seio de uma religião como a católica, que é aberta a todos, e todos são considerados irmãos e iguais perante Deus, independentemente da sua “classe” riqueza, ou cultura.

Fechada sobre si própria, e de difícil acesso ao cidadão comum, já que, sendo uma “escada hierárquica" é difícil ao cidadão comum entrar.
Poderá eventualmente entrar, mas ficará eternamente “sentado” no “átrio.”ou no 1ºdegrau, e nada saberá, ou descobrirá, apenas terá, aquilo que lhe quiserem dizer...

Não entendo como é possível a nível Papal admitir tal Organização.
Penso ser contra os princípios da Igreja.

Os meandros do seu comportamento são justificadamente mais que duvidosos dando origem a mil especulações, e nenhuma delas, pelas circunstâncias, é, ou pode ser boa.

Conhecemos uma ínfima parte do seu “Corpo” em Portugal…

Efectivamente nela impera uma elite contra o que, Deus sempre lutou.
E cada um deles, independentemente do seu trato fino e delicado e as suas capacidades, que não se põe em causa, talvez por isso, sejam os “Escolhidos.”

Mas acho que além de todos estes bons predicados, beneficiam, parece-me bem, da “mão Divina” sempre por cima ou por baixo deles, seja na vida política, ou na vida de negócios.

Parece-me até, que tudo se conjuga perfeitamente, nas ocupações de lugares de relevo sempre influenciáveis de um modo ou do outro na sociedade.

A “Opus Dei” por outro lado, faz-me lembrar os “nossos” tempos áureos dos descobrimentos e da evangelização.

Á frente ía o padre ou frade, com a Cruz de Cristo na mão, atrás, iam os “evangelizadores” com as espadas bem afiadas.
E assim demos a conhecer a Palavra do Senhor

E depois o mais caricato é que a “Igreja”, condena organizações esotéricas que comprovadamente ao longo dos séculos, e até hoje mesmo, trabalham no interesse do bem das pessoas, e do mundo, indiscriminadamente da raça, credo, ou extracto social.

Bem, mas o nosso Anónimo se quiser na sua bondade pode dar explicações mais objectivas, já que, cá para mim, é um santo homem, que na vez de excomungar abençoa e deve pertencer a alguma “Ordem Franciscana”, e quase jurava que nada tem a ver com a “Opus Dei”

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Para o anónimo, á procura de "tacho" e "lambe-botas" social, fica aqui o exemplo de dois neo-Opus Dei:

-O actual e o anterior presidente do BCP...está tudo dito.

Migas (miguel araújo) disse...

Caro "amgo" Terra e Sal.
Peço-lhe...
Rogo-lhe...
Imploro-lhe...
Ir embora não!
Depois vou criticar e contrariar quem, me caro?!
Quem é que o poderá substituir nessa tão pretigiada capacidade cultural, crítica e prosaica.
Haverá alguém com melhor capacidade de debitar teclado que Vossa Excelência.
Já o disse em relação ao caríssimo Doutor Raúl Martins.
Não me obrigue a "derramar" mais lágrimas (de corcodilo, claro).
Isto é para r até ao fim... quem gosta, gosta. Quem não gosta, come menos.
Cumprimentos