“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

10 dezembro 2005

Três Pontos

Este era um debate que Cavaco aguardava com alguma ansiedade. Não pelo lado ideológico que é, por razões óbvias, perfeitamente oposto, nem pelo receio do confronto com o passado que é um dos argumentos constantes dos ataques de Francisco Louçã. Mas sim pelo facto de ambos os candidatos em confronto directo serem da mesma área técnica, capazes de entenderem a crise económica e social do país numa mesma linguagem, embora com visões díspares.
Mas Cavaco Silva esteve bem... aliás Cavaco Silva esteve melhor que frente a Manuel Alegre.
Com argumentos mais clarificadores e objectivos, Cavaco Silva não teve qualquer dificuldade em refutar os ataques de Louçã ao seu tempo de governação, nem as suas mais que gastas visões metafóricas da sociedade e politica portuguesas.
Cavaco foi conciso, concreto e claro. Louçã limitou-se ao conhecido papel de actor político, com uma ou outra excepção (acabando mesmo por concordarem quanto á questão das escutas telefónicas), sem perceber que a sua arrogância e 'adolescência oral', acabam por ser, na maioria dos casos, um tiro no próprio pé.
Sem deixar de apresentar as suas ideias e objectivos presidenciais, Cavaco Silva foi clarificando e defendendo o seu tempo de governação a cada interpelação de Louçã, enquanto este ficou-se por esses referidos ataques, esquecendo-se, no entanto, que Cavaco Silva foi já 'julgado' como primeiro-ministro e que o que está agora em causa é o papel que o presidente da república pode desempenhar para retirar o país da crise e contribuir para o seu desenvolvimento.
Neste exame académico, Cavaco Silva teve melhor nota.
Saiu vencedor, aproveitando para se preparar para o debate mais mediático de todos, frente a Mário Soares.
Depois de um empate (embora com sabor a vitória), veio a conquista de três pontos que o mantêm na liderança da corrida presidencial.
Mal... mesmo muito mal (à semelhança do que aconteceu no ciclo de entrevistas da tvi) Constança esteve caricata, salvando o debate a experiência de Sousa Tavares.

2 comentários:

Anónimo disse...

és pouco faccioso és....

Migas (miguel araújo) disse...

Caro Anónimo.
Não é uam questão de facciosismo.
É uma questão de opção politica, mais do que partidária, e duma realidade factual e constatada.
É certo que este foi o debate mais dificil para Cavaco Silva. Se calhar até mais dificil do que será com Mário Soares (ache que vai ser um auntência blade de água fria, para não dizer 'uma decepção'). Pelo distanciamento ideológico, e peal aproximação técnica (2 profs de economia). Mas o que é certo é que Cavaco aguentou e sacudiu muito bem a pressão e Louçã cometeu o erro de insistir na argumentação e do ataque aos 10 anos de governação de Cavaco Silva como primeiro-ministro. Esse espaço temporal já lá vai. Já foi julgado. E não são legislativas que estão em causa, mas sim presidenciais. E os objectivos de Cavco são mais fortes que os de Louçã, qause que exclusivamente parlamentares e legislativos.