“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

12 março 2011

A semana em resumo... Um país à rasca!

Cambar a Estibordo...
A semana em resumo…

Um País à Rasca!



Não é apenas uma geração que se encontra “à rasca”. O País inteiro está aflito. Ou pelo menos a maioria dos portugueses, das famílias, do tecido empresarial, das instituições…
E nesta semana tudo serviu de estratégia governativa para a preparação da surpresa final.
Comecemos pelo amuo na tomada de posse do segundo mandato de Cavaco Silva como Presidente.
Já era conhecido o desespero socialista quando confrontados com a realidade, com os factos com os quais o país se depara no seu quotidiano. E foi tão somente aquilo que Cavaco Silva expressou no seu discurso. A verdade… nua e crua (e é sabido que a verdade dói).
E isso é que é ser imparcial, isento, pluralista e presidente de todos os portugueses. Não um presidente de conveniência governativa, que sirva para amparo e “guarda-chuva” das medidas desastrosas que têm marcado esta legislatura. Um presidente factual que retrate o país real, económica, mas também, socialmente, e não aquele Portugal virtual tão ao gosto do socratismo tecnológico.
Um país de 600 mil desempregados; um país com cerca de um terço de cidadãos no limiar da pobreza; um país que cresce 0,1% ao ano; um país com um défice externo, segundo o Banco de Portugal, situado nos 9%; um país mais soberano e menos dependente da conjuntura internacional… e um país mais verdadeiro (que não fosse preciso ser Bruxelas a afirmar que as recentes contas públicas têm um “buraco” ou discrepâncias).
Um país onde os cidadãos não fossem, acto contínuo, regularmente enganados. Onde o esforço e os sacrifícios fossem equitativos e justos. Onde o despesismo do Governo desse origem a um rigoroso controlo da despesa e do investimento desmedido.
Que credibilidade merece um Governo/Primeiro-ministro que prefere a subserviência à Alemanha e a Bruxelas do que a coragem governativa e o respeito pelos cidadãos do país que governa (ou deveria governar)? Quantas vezes, a Alemanha e Bruxelas aplaudiram PEC I, II, III e agora o IV, antecedendo sempre o agravar das medidas de austeridade? (não se pense, por isso, que ficaremos por aqui).
Que moral política tem um Governo para exigir imparcialidade e cooperação institucional ao Presidente da República se não tem a coragem, a ética e o respeito para informar a estratégia economia e política que pretende implementar?!
E a estratégia de José Sócrates é uma evidente e clara “fuga para a frente”, num total desrespeito pelo país e pelos portugueses, pelas empresas e pelas instituições.
É o reconhecimento de que o país “bateu no fundo”, sem capacidade de resposta, sem capacidade de resolver sozinho os seus problemas estruturais (mais importantes que as respostas à conjuntura). E isto só demonstra a incompetência a que chegou este governo.
As medidas agora anunciadas vão, claramente, provocar a tão badalada crise política. Para além da factura ser endossada ao pagador de sempre (mesmo que falido).
É que esta estratégia do governo não é mais que a necessidade de José Sócrates sacudir a pressão e a responsabilidade pela (des)governação da nação.
Vem aí a “lengalenga” demagógica (e mais que gasta) da responsabilidade e sentido de Estado que o governo e o PS vão exigir à oposição. Que estamos no bom caminho, tal como estivemos aquando do PEC I, II e III.
Só que neste caso, face à gravidade da situação, à irresponsabilidade governativa a oposição (como já o fez sentir) não vai pactuar com este tipo de governação e de fazer política.
Mesmo que não seja exigida (e, provavelmente, não desejada) a queda governativa, a menos que seja o próprio governo a demitir-se (o que seria um verdadeiro milagre político).
O que se exige e que a oposição tem o dever de exigir é que o governo governe. Mas com sentido de responsabilidade, com rigor, com competência, com pluralidade e com respeito pelo país e pelos portugueses.
Porque, face aos acontecimentos desta sexta-feira, já não é só uma geração, é todo um País “À RASCA”.

Boa Semana…

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