“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

10 novembro 2010

Entre o balançar e o cair...

O resultado das presidenciais de 2006 começa a pairar sobre a candidatura de Manuel Alegre.
A bipolarização dos apoios a Manuel Alegre (PS + BE) vão deixando marcas políticas e demarcando um fosso cada vez maior entre Cavaco Silva e Manuel Alegre, afastando e dissipando o cenário de uma segunda volta.
O discurso pouco consistente e convincente do histórico socialista não tem marcado uma agenda política, nem convencido o eleitorado, nomeadamente o socialista (recorde-se os socialistas apoiantes da recandidatura de Cavaco Silva).
E face ao afastamento político entre PS e BE, concretamente nas medidas sociais e no Orçamento de Estado, afigura-se difícil o equilíbrio de convicções, de posições e de afirmação de uma candidatura supra-partidária.
Aliás... essa tem sido, a par com um discurso distante das necessidades do país e dos cidadãos, a maior hecatombe da candidatura de Manuel Alegre: por um lado a necessidade de ter ao seu lado, em "estrada", o aparelho socialista e bloquista, por outro, a pedido dos dois partidos, uma ambiguidade ou independência ("supra-partidarismo") que não produz efeitos práticos (conquista de votos).
E o desespero tem sido notório ao ponto de Manuel Alegre defender a ideia de que as eleições presidenciais são mais importantes do que as legislativas (non sense completo e algo que o eleitorado não aceite nem compreende), de não conseguir rebater o posicionamento de Cavaco Silva (quer em relação ao Orçamento, quer em relação ao país e ao futuro, quer em relação às questões sociais), e de não conseguir convencer os cidadãos (mesmo os socialistas) do que reconhece poder ser um perigo para democracia (outra pérola da demagogia do seu discurso) "uma maioria, um governo, um presidente" (sonho de Sá Carneiro). O que parece, desde já, reconhecer uma eventual queda do governo de José Sócrates e de uma anunciada derrota nas próximas legislativas.

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