“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

22 maio 2010

Um assalto ao bolso contribuinte

As novas tabelas de retenção na fonte, que ontem, sexta-feira, entraram em vigor, não deixam margem para dúvidas: há pessoas que não pagavam IRS e vão passar a pagar, porque o valor de rendimento sujeito a retenção baixa. Nos escalões inferiores, a taxa até duplica.
(...)
Com as novas tabelas de retenção não há dúvidas de que quem já pagava IRS, vai pagar mais, e que alguns dos que estavam isentos vão começar agora a pagar, apesar de José Sócrates ter dito esta semana que quem estava isento se manteria nessa situação. Mas não é tudo. Por força deste ajustamento para baixo no valor dos escalões de rendimento mensal, os mais baixos, que até agora descontavam 1%, verão a taxa duplicar para os 2%. Os números falam por si: um casal com dois filhos não pagava IRS até aos 628 euros. A partir de Junho, a isenção acaba nos 587 euros. Esta diferença de 41 euros vai inevitavelmente sujeitar mais rendimento e mais pessoas ao pagamento de impostos. No escalão dos 675 euros, antes fazia-se uma retenção de 1%, agora de 2%.

Estes são extractos de uma noticia publicada na edição de hoje do JN. (ler aqui).
Sem margem para dúvidas: as medidas aplicadas e os esforços solicitados são mais graves do que se pensaria.
E para além de reflectirem um "ataque" claro ao bolso dos contribuintes mais desfavorecidos, demonstram que Portugal é, definitivamente, um país pobre.

2 comentários:

José Teixeira disse...

De facto o que se está a pedir aos portugueses é muito pesado. Falta coragem política ao governo para taxar verdadeiramente as mais valias e afins assim como cancelar prémios de gestão e a acumulação de reformas. O esforço está concentrado no rendimento do trabalho e é aí que dói mais.
A exemplo de Espanha, 15% a menos nos políticos e afins, +4,5% sobre os 20% das mais valias etc.
Mas nós por cá gostamos que nos empurrem para fazermos o que é preciso.

Migas (miguel araújo) disse...

Caro amigo...
E não só. No que respeita ao investimento não são o TGV, a 3ª Ponte, as Auto-estradas, o novo aeroporto, não são estes que promoverão o emprego ou o empurrão económico que tanto precisamos.
Primeiro porque darão mais serviço a empresas estrangeiras que nacionais (aumentando a divida externa).
Segundo porque só sazonalmente é que combatem o desemprego.
Terceiro porque os juros necessários aos empréstimos para cobrir o investimento são elevados.
Quarto, porque após a conclusão das obras há a irremediável sustentabilidade que, no caso em apreço, são questionáveis.
Abraço