“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

11 abril 2010

Semana em Resumo XVII

Publicado na edição de hoje, 11 de Abril, do Diário de Aveiro

Cambar a Estibordo...
A semana em resumo.

Pela nossa saúde!
Entre o cumprimento de políticas e medidas do mandato anterior, a visão economicista dos serviços de saúde, em Portugal, “obriga” o governo a avanços e recuos, sendo certo que é o utente doente o mais prejudicado.
Face à pressão económica das Farmácias, o Ministério da Saúde deu um enorme passo atrás numa medida que foi anunciada, há alguns anos, como uma bandeira socialista na área da saúde: a venda de medicamentos em unidose.
O que seria um considerável ganho económico para os cidadãos e para as comparticipações do Estado na medicamentação, era encarado pelas Farmácias como um duro golpe nos seus lucros.
Como em Portugal, em primeiro lugar estão os números e só depois as pessoas, e as medidas implementadas nunca são as mais coerentes e realistas, o governo deu o “dito pelo não dito” e o que se afigurava há dois meses atrás como uma certeza (no início deste ano, o secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar, garantia que a venda de medicamentos em unidose estaria implementada no prazo de dois meses), não passa agora de uma miragem, sustentada em todo o tipo de fundamentações (técnicas, económicas e sociais) até à data inexistentes.
Tal como os fundamentos que sustentam o encerramento dos serviços primários de saúde, sem ter em conta as alternativas, o isolamento das localidades do interior do pais, as acessibilidades, e, fundamentalmente, sem o mínimo de esforço no investimento necessários à sustentabilidade dos serviços mínimos de cuidados de saúde.
Não se pode estranhar a revolta das populações do Norte de Portugal, nem condenar as suas legítimas opções preferenciais pelos serviços médicos do país vizinho. Quem não o faria se se encontrasse limitado nos seus recursos e no seu acesso?!
Mais uma vez, o governo português se desobriga das suas funções e responsabilidades, deixando à mercê da boa vontade espanhola o futuro de muitos dos cidadãos.
Se fosse possível recuar na história, com toda a certeza estaríamos a travar uma batalha pelo garante da nossa independência. Hoje, Espanha não precisa de se dar ao trabalho… de boa vontade abrimos as “portas”.
Batalha Naval política
O regresso à temática dos submarinos afigura-se mais como uma estratégia para o desvio das atenções de assuntos mais relevantes e mais incómodos para o governo, do que o próprio problema em si.
Por duas razões essenciais: primeiro, porque durante o anterior mandato do governo socialista, em quatro anos, não existiu qualquer posição formal e relevante sobre a questão dos submarinos, quer pelo executivo, quer pelo Ministério da Defesa. Excepção feita para um declarado “embuste” por parte do então Ministro dos Negócios Estrangeiros… muito pouco para tão assumido problema. Segundo, porque infelizmente, no que diz respeito à contratação pública, por mais apertadas que se queiram definir as regras, o Estado acaba sempre por ser lesado, seja nas contrapartidas, seja nas derrapagens orçamentais, seja pelos casos de corrupção.
E a vontade em desviar as atenções políticas é tão óbvia que o actual Ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, se “esquece” de confirmar datas, pressupostos e compromisso assumidos, concretamente pelo governo socialista de António Guterres.
No final desta “novela aquática” em vez de um tiro no porta-aviões, ainda se assistirá a mais um tiro no próprio pé deste mandato governativo.
O fim-de-semana volta a “alaranjar”
No espaço de um mês, este é o segundo fim-de-semana em que as atenções políticas se centram em mais um congresso Social-democrata.
Desta feita com o objectivo de confirmar Pedro Passos Coelho como líder do partido e eleger os novos órgãos nacionais social-democratas, após a vitória nas eleições directas, com cerca de 61% dos votos expressos.
Se daí não restam dúvidas quanto à expressividade da vontade das bases, o que resta do Congresso de Carcavelos é saber até que ponto o discurso de unidade, que tem sido bandeira interna nas declarações do líder eleito e das suas estruturas, consegue superar conceitos e visões diferentes para o partido e para o País. Não parece ser suficiente, embora louvável e de reconhecido interesse estratégico, que se tenham convidado os directos opositores para órgãos nacionais, nomeadamente a capitalização dos votos de Paulo Rangel, numa lista única ao Conselho Nacional.
É importante saber até que ponto Pedro Passos Coelho convence os militantes dessa necessária e importante unidade partidária, para partir para o combate político de alternativa ao governo socialista e ao confronto com as medidas políticas de José Sócrates.

Boa Semana…

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