Publicado na edição de hoje, 15 de Abril, do Diário de Aveiro.
Cheira a Maresia!
Brincar com os números… e as pessoas!
Poderá parecer algo descabida a mistura de temas como a educação, a orçamentação familiar, a Gripe A ou o desemprego (ou, neste caso, a sua subsidiação). Ou de forma mais simples e popular: o que têm a ver os “alhos com os bugalhos”.
De facto, aparentemente nada. No fim… tudo! Da análise de recentes notícias e peças jornalísticas divulgadas na Comunicação Social (na qual ainda acredito).
A matemática, apesar de ciência dita exacta, tem o dom de proporcionar formas interessantes de se manipular e “jogar” com os números. E a política (e nalguns casos, a gestão) tem, nesta área, a primazia.
O governo, por ocasião da discussão do Programa de Estabilidade e Crescimento – PEC, veio afirmar que não havia lugar a aumento dos impostos. Mas a redução dos benefícios fiscais com as despesas de educação não é mais do que um aumento da carga fiscal. Aliás, redução dos benefícios fiscais que resulta num aumento de receita pública “à custa” dos rendimentos mais baixos, entre os 500 e os 1000 euros/ano, por contribuinte.
Por outro lado, a forma como foi empolgada a previsão pandémica da Gripe A, quer pela Organização Mundial da Saúde – OMS, quer pelos Governos, influenciada pela pressão farmacêutica, conduziu a pânico desnecessário nas populações e à aquisição de um número demasiadamente supérfluo de vacinas e que não foram utilizadas. Mesmo que tenha a ver com a nossa saúde. Ao fim de um ano da tão proclamada pandemia do século XXI, faleceram em Portugal, 112 pessoas (por ano, as estatísticas revelavam o falecimento de cerca de 1700 pessoas, em três a quatro meses, devido à gripe sazonal).
Interessante, ou antes pelo contrário, é a posição de Portugal no ranking da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos - OCDE no que respeita à taxa de desemprego. Enquanto em Fevereiro, em média, nos 30 países da OCDE se verificou um decréscimo da taxa de desemprego, Portugal manteve esse valor nos 10,3%, o que significa um agravamento de 1,5% face à taxa observada no mesmo período do ano passado (fonte: agência lusa). Portugal mantém-se como o quinto país com as taxas de desemprego mais altas da OCDE.
E o que estas realidades representam para as pessoas?!
É sabido que a economia desempenha um papel central e fulcral na sociedade, na vida das comunidades e dos cidadãos. E por mais que algumas vozes tentam esconder essa realidade, afirmando que há mais vida para além da economia, o que é uma facto é que a vida é sustentada nos pilares financeiro e económico.
A questão é que a economia não tem necessariamente (nem deveria) desprezar o valor e a dignidade humanas. Mesmo que as pessoas não sejam números, estes deveriam servir as pessoas e tornarem-se mais humanizantes.
Há famílias preocupadas com o impacto das reduções dos benefícios fiscais, por exemplo na educação, com a previsão da dedução baixar dos 30% para os 20%, às quais acrescem as despesas correntes e que aumentam gradualmente como os custos com empréstimos e com a própria habitação (gás, água, electricidade).
No que respeita à Gripe A, mais uma vez as pessoas foram “usadas” como factor numérico para justificar que, em todo o mundo, os Governos gastassem mais de três mil milhões de euros em vacinas que enriqueceram a indústria farmacêutica e planos de contingência que geraram mais o pânico do que funcionaram como mecanismos de prevenção. Resultado final: a acusação de que a OMS não soube contrariar a pressão dos laboratórios farmacêuticos e similares que ganharam muito dinheiro com a venda de milhões de vacinas e à custa da saúde pública e dos cidadãos.
Por fim… o que deveria ser uma preocupação social torna-se, mês após mês, um verdadeiro flagelo. São cada vez mais inócuas as medidas e políticas para reduzir esta preocupante realidade. Gasta-se dinheiro (agora até se empresta) em investimentos, mais que megalómanos, perfeitamente “faraóticos”. E não se investe em medidas que promovam o emprego, a sua manutenção e o desenvolvimento da economia. Isso seria investir nas pessoas e na vertente social. Porque o desemprego não é só uma questão económica… é, muito mais, uma problemática social.
Mas números e pessoas nunca foram realidades comuns… infelizmente!
Cheira a Maresia!
Brincar com os números… e as pessoas!
Poderá parecer algo descabida a mistura de temas como a educação, a orçamentação familiar, a Gripe A ou o desemprego (ou, neste caso, a sua subsidiação). Ou de forma mais simples e popular: o que têm a ver os “alhos com os bugalhos”.
De facto, aparentemente nada. No fim… tudo! Da análise de recentes notícias e peças jornalísticas divulgadas na Comunicação Social (na qual ainda acredito).
A matemática, apesar de ciência dita exacta, tem o dom de proporcionar formas interessantes de se manipular e “jogar” com os números. E a política (e nalguns casos, a gestão) tem, nesta área, a primazia.
O governo, por ocasião da discussão do Programa de Estabilidade e Crescimento – PEC, veio afirmar que não havia lugar a aumento dos impostos. Mas a redução dos benefícios fiscais com as despesas de educação não é mais do que um aumento da carga fiscal. Aliás, redução dos benefícios fiscais que resulta num aumento de receita pública “à custa” dos rendimentos mais baixos, entre os 500 e os 1000 euros/ano, por contribuinte.
Por outro lado, a forma como foi empolgada a previsão pandémica da Gripe A, quer pela Organização Mundial da Saúde – OMS, quer pelos Governos, influenciada pela pressão farmacêutica, conduziu a pânico desnecessário nas populações e à aquisição de um número demasiadamente supérfluo de vacinas e que não foram utilizadas. Mesmo que tenha a ver com a nossa saúde. Ao fim de um ano da tão proclamada pandemia do século XXI, faleceram em Portugal, 112 pessoas (por ano, as estatísticas revelavam o falecimento de cerca de 1700 pessoas, em três a quatro meses, devido à gripe sazonal).
Interessante, ou antes pelo contrário, é a posição de Portugal no ranking da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos - OCDE no que respeita à taxa de desemprego. Enquanto em Fevereiro, em média, nos 30 países da OCDE se verificou um decréscimo da taxa de desemprego, Portugal manteve esse valor nos 10,3%, o que significa um agravamento de 1,5% face à taxa observada no mesmo período do ano passado (fonte: agência lusa). Portugal mantém-se como o quinto país com as taxas de desemprego mais altas da OCDE.
E o que estas realidades representam para as pessoas?!
É sabido que a economia desempenha um papel central e fulcral na sociedade, na vida das comunidades e dos cidadãos. E por mais que algumas vozes tentam esconder essa realidade, afirmando que há mais vida para além da economia, o que é uma facto é que a vida é sustentada nos pilares financeiro e económico.
A questão é que a economia não tem necessariamente (nem deveria) desprezar o valor e a dignidade humanas. Mesmo que as pessoas não sejam números, estes deveriam servir as pessoas e tornarem-se mais humanizantes.
Há famílias preocupadas com o impacto das reduções dos benefícios fiscais, por exemplo na educação, com a previsão da dedução baixar dos 30% para os 20%, às quais acrescem as despesas correntes e que aumentam gradualmente como os custos com empréstimos e com a própria habitação (gás, água, electricidade).
No que respeita à Gripe A, mais uma vez as pessoas foram “usadas” como factor numérico para justificar que, em todo o mundo, os Governos gastassem mais de três mil milhões de euros em vacinas que enriqueceram a indústria farmacêutica e planos de contingência que geraram mais o pânico do que funcionaram como mecanismos de prevenção. Resultado final: a acusação de que a OMS não soube contrariar a pressão dos laboratórios farmacêuticos e similares que ganharam muito dinheiro com a venda de milhões de vacinas e à custa da saúde pública e dos cidadãos.
Por fim… o que deveria ser uma preocupação social torna-se, mês após mês, um verdadeiro flagelo. São cada vez mais inócuas as medidas e políticas para reduzir esta preocupante realidade. Gasta-se dinheiro (agora até se empresta) em investimentos, mais que megalómanos, perfeitamente “faraóticos”. E não se investe em medidas que promovam o emprego, a sua manutenção e o desenvolvimento da economia. Isso seria investir nas pessoas e na vertente social. Porque o desemprego não é só uma questão económica… é, muito mais, uma problemática social.
Mas números e pessoas nunca foram realidades comuns… infelizmente!
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