O congresso extraordinário do PSD, que decorreu durante este fim-de-semana em Mafra, para além dos procedimentos estatutários e respectivas alterações, teve como ponto alto a audição dos quatro candidatos à liderança do PSD e de alguns ex-líderes como Marcelo rebelo de Sousa, Santa Lopes, Marques Mendes e Filipe Menezes.
Sendo certo que este congresso extraordinário do PSD não elege, em si mesmo, o futuro presidente do partido, é relevante que o mesmo marca a recta final (15 dias) para as eleições do futuro líder.
Pela análise das sondagens divulgadas na comunicação social, é um facto que a disputa eleitoral está focalizada nas candidaturas de Paulo Rangel e de Pedro Passos Coelho, dadas as diferenças para os outros candidatos, Castanheira Barros e Pedro Aguiar Branco. Não sendo certo que uma desistência de qualquer destes candidatos garanta, a priori, a eleição dos primeiros.
Se Paulo Rangel manteve a postura e a coerência de discurso igual ao que desenvolveu nas eleições europeias e que resultou num claro resultado positivo, bem como manteve a argumentação crítica em relação ao governo na linha das suas posições públicas, já Pedro Passos Coelho apresentou-se ao congresso demonstrando uma postura estadista, egocêntrica e claramente num acerto de contas com o partido que sempre o colocou à margem após a sua atribulada e polémica passagem pela JSD (excepção feita para um curto ano de vice-presidência). E mais do que se saber se Pedro Passos Coelho está preparado para a liderança é perceber se o PSD está preparado para receber Passos Coelho como líder.
Na sua primeira intervenção foi notória a necessidade de valorização das virtudes pessoais (anos de militância, direcção da “jota”, candidatura “contra” Manuela Ferreira Leite) como se as capacidades de liderança advenham do currículo temporal resultante do número de quotas pagas.
Por outro lado, a insistência na ruptura com o passado e o presente do partido representa uma grave estratégica, já que a política também é feita da história e da consolidação ideológica partidária. O contrário leva à descaracterização e esvaziamento (ou, como são alguns exemplos, ao surgimento de novas forças partidárias, normalmente votadas ao fracasso).
Para além disso, as posições de Pedro Passos Coelho demonstram alguma irresponsabilidade política (e partidária) já que esta não deve viver de radicalismos e de posições extremistas, mas deve ser construtiva, dialogante e crítica em função dos interesses de cada partido, mas também dos cidadãos e de Portugal. E é notório que Passos Coelho, não entende isso ao marcar um radicalismo perigoso de eleições antecipadas e de ruptura total. Nem o País, nem o PSD seriam capazes de “liquidar” uma factura de um processo eleitoral extraordinário.
Aliás, foi nesse sentido que várias vozes no Congresso (excepção para o polémico Filipe Menezes), como Marcelo rebelo de Sousa, Santana Lopes e Marques Mendes, foram emitindo alguns “recados” para a candidatura de Passos Coelho: sentido de responsabilidade política nacional, de diálogo, de crítica construtiva e de unidade. Tal como já o fizera durante a semana passada, o Presidente da República, com o qual Pedro Passos Coelho tem uma relação inquieta.
E também neste ponto é destoante a posição do candidato à liderança do PSD. Em congresso foi o único, nos dois discursos públicos, a não mencionar claramente apoio a uma reeleição de Cavaco Silva, quando é sabida a convergência partidária em relação a este tema. Sendo legítimo o levantamento de uma pertinente questão: será que Cavaco Silva aceita uma recandidatura tendo na liderança do PSD a equipa de Pedro Passos Coelho?!
No dias das directas logo se verá… e seria interessante que a proposta apresentada por Santana Lopes (o tal adverso a estatutos) que determina a eleição do líder a duas voltas (caso não obtenha a maioria na primeira volta), o que legitima de forma mais clara a liderança eleita, não tenha sido aprovada (falta de quórum) e tivesse entrado já em vigor.
Sendo certo que este congresso extraordinário do PSD não elege, em si mesmo, o futuro presidente do partido, é relevante que o mesmo marca a recta final (15 dias) para as eleições do futuro líder.
Pela análise das sondagens divulgadas na comunicação social, é um facto que a disputa eleitoral está focalizada nas candidaturas de Paulo Rangel e de Pedro Passos Coelho, dadas as diferenças para os outros candidatos, Castanheira Barros e Pedro Aguiar Branco. Não sendo certo que uma desistência de qualquer destes candidatos garanta, a priori, a eleição dos primeiros.
Se Paulo Rangel manteve a postura e a coerência de discurso igual ao que desenvolveu nas eleições europeias e que resultou num claro resultado positivo, bem como manteve a argumentação crítica em relação ao governo na linha das suas posições públicas, já Pedro Passos Coelho apresentou-se ao congresso demonstrando uma postura estadista, egocêntrica e claramente num acerto de contas com o partido que sempre o colocou à margem após a sua atribulada e polémica passagem pela JSD (excepção feita para um curto ano de vice-presidência). E mais do que se saber se Pedro Passos Coelho está preparado para a liderança é perceber se o PSD está preparado para receber Passos Coelho como líder.
Na sua primeira intervenção foi notória a necessidade de valorização das virtudes pessoais (anos de militância, direcção da “jota”, candidatura “contra” Manuela Ferreira Leite) como se as capacidades de liderança advenham do currículo temporal resultante do número de quotas pagas.
Por outro lado, a insistência na ruptura com o passado e o presente do partido representa uma grave estratégica, já que a política também é feita da história e da consolidação ideológica partidária. O contrário leva à descaracterização e esvaziamento (ou, como são alguns exemplos, ao surgimento de novas forças partidárias, normalmente votadas ao fracasso).
Para além disso, as posições de Pedro Passos Coelho demonstram alguma irresponsabilidade política (e partidária) já que esta não deve viver de radicalismos e de posições extremistas, mas deve ser construtiva, dialogante e crítica em função dos interesses de cada partido, mas também dos cidadãos e de Portugal. E é notório que Passos Coelho, não entende isso ao marcar um radicalismo perigoso de eleições antecipadas e de ruptura total. Nem o País, nem o PSD seriam capazes de “liquidar” uma factura de um processo eleitoral extraordinário.
Aliás, foi nesse sentido que várias vozes no Congresso (excepção para o polémico Filipe Menezes), como Marcelo rebelo de Sousa, Santana Lopes e Marques Mendes, foram emitindo alguns “recados” para a candidatura de Passos Coelho: sentido de responsabilidade política nacional, de diálogo, de crítica construtiva e de unidade. Tal como já o fizera durante a semana passada, o Presidente da República, com o qual Pedro Passos Coelho tem uma relação inquieta.
E também neste ponto é destoante a posição do candidato à liderança do PSD. Em congresso foi o único, nos dois discursos públicos, a não mencionar claramente apoio a uma reeleição de Cavaco Silva, quando é sabida a convergência partidária em relação a este tema. Sendo legítimo o levantamento de uma pertinente questão: será que Cavaco Silva aceita uma recandidatura tendo na liderança do PSD a equipa de Pedro Passos Coelho?!
No dias das directas logo se verá… e seria interessante que a proposta apresentada por Santana Lopes (o tal adverso a estatutos) que determina a eleição do líder a duas voltas (caso não obtenha a maioria na primeira volta), o que legitima de forma mais clara a liderança eleita, não tenha sido aprovada (falta de quórum) e tivesse entrado já em vigor.
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