“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

14 fevereiro 2010

Semana em Resumo XII

Publicado na edição de hoje, 14.02.2010, do Diário de Aveiro.

Cambar a Estibordo...
A semana em resumo.

ETA em Portugal
A semana iniciava-se com alguma surpresa. Mesmo que em alguns “segredos dos deuses” tal realidade não estivesse muito longe do que se esperava: a ETA mantinha actividade regular em Portugal há, pelo menos, alguns anos.
Cerca de 800 quilos de explosivos são encontrados numa casa em Óbidos, aparentemente usada por elementos da ETA, como base operacional.
Não é de esperar que a ETA tenha alguma acção terrorista em território luso. Mas é um facto que Portugal se pode tornar num espaço apetecível aos objectivos dos “etarras”… é que o País Basco se encontra a uma distância considerável, mas o mesmo não se pode dizer em relação a Madrid ou à zona sul de Espanha.
Taxa de desemprego, em 2009, fixada em 9,6%
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico – OCDE fixou, esta semana, a taxa de desemprego em Portugal, para o ano de 2009, em 9,6%, superando a média europeia (zona euro) em 0,2%.
Na Assembleia da República, a Ministra do Trabalho afirmava que o desemprego se irá manter abaixo da fasquia (“mítica”) dos 10%.
No entanto, referenciando os dados do estudo da OCDE, estes indicam que o primeiro trimestre de 2009 registou uma taxa de desemprego na ordem dos 8,8%, sendo que os últimos três meses do ano revelavam um aumento do desemprego situando-se nos 10,3% (ultrapassando os 10% referidos pela ministra).
Além disso, 0,4 pontos percentuais parecem ser margem muito reduzida para garantir a estagnação da evolução do desemprego.
Congelamento dos salários reais na Função Pública
No que se antevê como o início de nova contestação social, os sindicatos da Função Pública e Administração Local iniciaram as rondas de negociações, tendo como pano de fundo o eventual congelamento dos salários, em 2010.
Em contrapartida, os sindicatos exigem a retoma do poder de compra e aumentos salariais que, em algumas propostas, se situam entre os 2,5% e os 4,5%.
Outra das medidas em negociação – a avaliação do desempenho – parece ter um desfecho mais facilitado, eventualmente sustentado no precedente aberto com as negociações em relação ao estatuto e carreira dos professores.
Candidaturas à liderança do PSD
Conhecida que era a candidatura de Pedro Passos Coelho, pairava, nos meandros políticos, a incerteza quanto a outras eventuais candidaturas.
Mas o que parecia tornar-se o facto político relevante da semana, terminou secundado e “bafado” por outros “ruídos”.
Mesmo assim, mais duas candidaturas foram apresentadas, aguardando-se o desfecho do Conselho Nacional e do próximo Congresso.
Para já, juntamente com o ex-líder da juventude social-democrata, Paulo Rangel e Aguiar Branco compõem o leque de candidatos ao lugar de Manuela Ferreira Leite.
Se com a candidatura de Paulo Rangel ainda se poderia esperar uma desistência de Aguiar Branco, já que ambos partilham franjas de eleitorado interno muito próximas, também não deixa de ser um facto relevante que o eurodeputado veio “baralhar” as contas a Pedro Passos Coelho, deixando as distritais, que supostamente o apoiavam, algo divididas.
Liberdade de Informação… liberdade de expressão.
A semana principiava com surpresa e terminava com pasmo.
O caso das escutas que envolvem administradores de empresas públicas, políticos, governantes e o estratagema pensado para pressionar e condicionar a Comunicação Social e os seus agentes (jornalistas) já por si só se torna algo de intolerável num estado de direito democrático.
Chegar ao ponto de se usarem estratégias judiciais para condicionar e impedir a liberdade de informação e o direito dos cidadãos a serem informados, já não é apenas intolerável… não se encontra, no dicionário lusófono, qualquer adjectivação: é o país a “bater no fundo” (como se a crise financeira e social não fossem suficientes): é o descrédito total, o desacreditar e a desconfiança em relação a instituições como a justiça e o poder político.

Boa Semana… e bom Carnaval.

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