Publicado na edição de hoje (5.02.09) do Diário de Aveiro.
Sais Minerais
Aveiro Sustentável.
Apesar de ser, por natura própria do ser humano (principalmente o português), mais fácil criticar do que elogiar, é importante poder fazê-lo no ano em que Aveiro comemora duas datas históricas marcantes.
A verdade é que Aveiro tem tido, neste início dos seus 250 anos de elevação a cidade, uma capacidade relevante de gerar estímulos críticos, de provocar sentimentos, de criar preocupações cívicas, de potenciar diferentes olhares e perspectivas sobre o mesmo espaço: a Cidade.
Desde o aveirense mais comum até às Entidades públicas (como a Câmara Municipal e a Associação Comercial de Aveiro ou a Universidade), passando pelos movimentos de cidadãos mais ou menos espontâneos.
Aveiro tem concebido uma oportunidade única e importante de crescer (ou renascer) como base em dois projectos relevantes: o Parque da Sustentabilidade e a Revitalização da Avenida.
Oportunidades para um trabalho de reabilitação urbana (económica, social, cultural, paisagística), de preocupação ambiental e consolidação e desenvolvimento social.
Oportunidade para revitalizar pontos estratégicos do tecido urbano, desenvolvendo e potenciando a sustentabilidade da Cidade e por consequência do Concelho, renovando o papel de centralidade que Aveiro merece ter na Região.
No caso concreto do Parque da Sustentabilidade, a par da importância estratégica da zona envolvente e englobada (tal como no caso da Avenida), acresce a possibilidade do projecto intervir de forma integrada, permitindo o aperfeiçoamento um novo espaço e criar uma nova imagem para aquela área urbana (entre o Rossio – Alboi e Parque da Cidade). Tal realidade permitirá que sejam encontradas soluções inovadoras que tornem aquela zona (e envolventes) mais atractiva do ponto de vista habitacional, de lazer, do comércio/serviços, trabalho e estudo.
Do ponto de vista da Avenida Dr. Lourenço Peixinho, a aprovação da delimitação da área crítica de recuperação e reconversão, no final do mês passado, permitirá que as sinergias criadas em torno de um projecto eficaz de reabilitação urbana para a “Avenida” sejam valorizadas e congregadas, através da valorização da capacidade empreendedora e inovadora dos aveirenses e das suas organizações.
No entanto, é importante que as movimentações criadas em torno deste objectivo de revitalizar a zona mais emblemática da cidade, não surjam de forma isolada e partida.
Se é importante para a Associação Comercial de Aveiro revitalizar o seu comércio naquela área, também não deixa de ser importante e compatível que questões de âmbito urbanístico, ambiental, de mobilidade, cultural e social, tenham o seu espaço, sejam contempladas, porque importantes para um projecto que se pretende global.
Posto isto, é inquestionável que se olhe para a Cidade como um todo, evitando assimetrias e desequilíbrios.
É determinante para o sucesso do resultado destas oportunidades que os aveirenses não subestimem o seu papel como cidadãos, participem de forma activa e construtiva; no fundo, não abdiquem do exercício do seu direito (e dever) de cidadania.
São importantes todos os contributos que possam servir que as melhores soluções possam ser aplicadas por quem de direito e com responsabilidade governativa.
Mas é igualmente importante que as “massas críticas” que se têm gerado e criado em torno de Aveiro, possam ser alargadas de forma a abrangerem todo o “espaço público” urbano, transformando a cidade num espaço único integrador de todos os aveirenses.
Entende-se, por diversas e múltiplas razões (estruturais, afectivas, económicas, políticas e sociais), poderem ser dados “passos” próprios e diferenciados, mas não devem os mesmos “caminhar” em sentidos distintos ou até mesmo opostos.
De outra forma, a Cidade voltará a ser assimétrica, perderá referências comuns e descuidará a sua integração social e cultural.
É importante que os projectos sejam equilibrados e integradores, devolvendo a Aveiro todas as potencialidades de uma cidade moderna, inovadora, cultural e democrática.
Ao sabor da pena…
2 comentários:
Entao e sobre o Beira Mar o sr nada diz? Que diabo, olhe que nunca o vi nos arcos.
Ao Senhor "Tó dos Arcos".
Não tenho qualquer obrigação nem interesse em falar sobre o Beira Mar.
Primeiro porque há coisas mais importantes que o Futebol.
Segundo porque escrevo aqui ou no Diário de Aveiro ou no "O Aveiro" sobre o que me apetece e me interessa.
E o que é que nuca viu nos Arcos?! A mim ou ao Beira Mar?!
A mim é por uma questão de falta de coincidência porque até passo por lá (Arcos) muitas vezes. Quanto ao Beira Mar, temos pena... há outros espaços e pessoas mais entendidas e interessadas na matéria.
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