“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

14 janeiro 2009

Como Começar uma Guerra - Parte II

Continuação da "lição anterior": "Guerrear ou como Atear o Fogo e depois chamar os Bombeiros"
Recordando: As palavra são fortes armas e há que saber usá-las. Para iniciar um conflito, é muito simples, basta "atacar" ou "falar" sem reflectir nos impactos das palavras.
Continuando com as recentes afirmações do responsável máximo da Igreja Católica em Portugal: "Só é possível dialogar com quem quer dialogar, por exemplo com os nossos irmãos muçulmanos o diálogo é muito difícil, (disse D. José Policarpo durante a tertúlia na Figueira da Foz). Mas é muito difícil porque eles não admitem sequer [encarar a crítica de que pensam] que a verdade deles é única e é toda, (sustentou)". (fonte: Sol on-line).
Ora bem, Senhor Patriarca. Gostaria eu de saber qual a religião (já nem falo em seitas) que admite não ter a verdade, e mesmo a verdade absoluta.
É que se a Igreja Católica entende que não é a detentora da verdade, então acho que vou ter de ter uma conversinha com o meu paizinho e a minha mãezinha porque fui enganado durante 42 anos. A verdade afinal está nos outros...

1 comentário:

O Aguadeiro disse...

Palavras avisadas as suas, meu Caro Amigo.
Tiro-lhe o chapéu.
Ouvi-as, digerias, e senti que saíram de um coração devoto e piedoso.
Manifestou em meia dúzia de linhas a bondade, compreensão, tolerância e misericórdia.
Também eu sou crente, um bocado impetuoso, é verdade, mas não deixo de o ser.

Toda a gente deve interiorizar a sua religião, mas os que pensam diferentes de nós, têm os mesmos direitos.
Hoje criticamos comportamentos que a nossa “cultura” recente, não admite.
Aculturamo-nos facilmente…

Há meia de anos atrás, éramos iguais, ou mais ou menos iguais àqueles que, hoje, condenamos e veemente repudiamos.

Cerceávamos ás mulheres o direito mais elementar, como viajarem sozinhas para o estrangeiro...
Não lhe permitíamos o direito ao voto...
Prendíamo-las se abortassem ou tentassem abortar, fosse porque motivo fosse ( e eu não sou a favor do aborto por “dá cá aquela palha”)...
Uma professora, não podia casar com quem queria...
Uma mãe solteira era uma desgraçada e condenada pela sociedade, Estado e Igreja, restando-lhe só um caminho que não é difícil de adivinhar...
O Estado e a Igreja, que viviam em parceria, não permitiam que outras religiões tivessem os seus próprios locais de recolhimento e oração...
Os filhos de mãe solteira, os chamados “filhos incógnitos”, eram inocentemente "condenados" para toda a vida, por discriminação, de um “pecado” que não cometeram...

Nunca ouvi a Igreja pronunciar-se ou a bater-se contra estes flagelos, pelo contrário, eram eles uns dos julgadores e "condenadores" destes inocentes.

Os tempos mudaram:
Saiu-se dos oito, e entrou-se nos oitentas, é verdade.
A Igreja infelizmente perdeu o "comboio e o controle" de tudo, sinal de que os seus servos são limitados na compreensão, tolerância e comiseração.

As pessoas estudaram, não são analfabetas nem ignorantes.Hoje questionam, porque evoluíram.
A Igreja não estudou, parou!

Hoje, o povo não “engole” discursos sem os “degustar” primeiro...
Se o “paladar” é mau não ingere e protesta, para depois as cuspir, venham elas de onde vierem.

Um abraço meu Amigo