“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

15 novembro 2008

A reviravolta do Tio Sam.

Publicado na edição do dia 12 de Novembro de 2008, do Diário de Aveiro.

Sais Minerais
A reviravolta do Tio Sam.

É indiscutível que a clara vitória de Barack Obama nas eleições presidenciais norte-americanas, representou um “marco histórico” na história dos Estados Unidos da América, onde, em pouco mais de duzentos anos, já quase tudo aconteceu (falta, provavelmente, eleger um presidente índio).
Marco pela viragem política, pela eleição do primeiro presidente negro e pela forma como o mundo vibrou com esta eleição.
Os americanos e o mundo esperam muito deste novo presidente, colocando as expectativas e as esperanças a um nível bem elevado.
É pacífico observar que os vários cantos do planeta, estão preparados para esta nova era: o governo cubano saudou a vitória de Barack Obama; Hu Jintao, Chefe de Estado Chinês, assumiu a vontade de reforçar as relações entre a China e os Estados Unidos; Medvedev e Obama falaram na necessidade de organizar em breve um encontro; e a Europa arrecada uma enorme confiança no fortalecimento das suas relações transatlânticas, curiosamente muitos (ou alguns) dos que estiveram ao lado de Bush na questão do Iraque.
Internamente, há várias leituras e conclusões que se podem retirar deste importante momento: a grande vontade e ânsia dos americanos em promoverem uma sentida mudança; um “não” evidente ao desastre da governação da administração Bush; a clareza, frontalidade e consistência das propostas do candidato democrata Obama e esse evidente e desastroso “erro de casting” que foi a escolha para candidata a lugar de vice-presidente, Sarah Palin (uma governadora do Alasca que nunca visitou todo o seu estado; uma governadora que não sabe que África é um continente; uma governadora que “cai” inocentemente na farsa, montada por um actor Canadiano, do suposto telefonema de Sarkosy, etc.).
Colocam-se, a Barack Obama, indiscutíveis desafios urgentes e importantes, quer interna, quer internacionalmente.
Internamente, Obama tem o especial desafio de lidar com uma crise financeira de avultada escala; os problemas energéticos; a reforma social, nomeadamente no campo da saúde; e a questão ambiental (Quioto)
Além disso, internacionalmente, exige-se à nova administração americana a continuação ao combate ao terrorismo (que mais que uma causa ideológico-partidária, é uma causa naciona); o Afeganistão, o Iraque, o Médio Oriente e o Irão; a sua postura geoestratégica e geopolítica; Guantanamo; a Nato e a ONU; as relações com a Rússia e a China; e as relações com a América Central (Cuba) e a América do Sul.
Mas é igualmente marcante o “facto” histórico da eleição de um presidente reflexo de uma minoria ou da marginalização social de uma raça. Facto que ainda hoje levanta algumas dúvidas. Apesar dos considerandos tidos atrás, se Hillary Clinton tivesse sido a candidata democrata escolhida, ganharia ou, pelo menos, conseguiria de forma tão clara?!
E se numa nação, onde, até há cerca de 40 anos, as questões raciais eram muito extremadas (apesar de tudo, mais que agora), o novo presidente está pronto para a América. Mas, e a América?! Estará, ela, pronta para Barack Obama?!
Uma coisa é certa, a América pode ficar diferente e o Mundo mais seguro, a partir de Janeiro de 2009, quando Barack Obama tomar posse como o 44º Presidente dos Estados Unidos da América.

Ao sabor da pena…

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