“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

16 outubro 2006

A saúde do país

Decididamente, o ministério da saúde, por culpa do PRACE e do SIMPLEX, foi absrovido pelo ministério das finanças.
A saúde pública, o bem estar das populações, os próprios conceitos constitucionais da saúde foram transformados numa visão meramente economicista.
Um euro, vale mais que uma infecção, uma virose ou uma doença crónica.
Fecham-se maternidades, SAP's, Urgências...
Aumentam-se as taxas moderadores, criam-se novas taxas, afasta-se e priva-se os cidadãos de um mais elementar direito constitucional e de dever público: a saúde.
O Ministro Correia de Campos, não podia abrilhantar melhor a sua epopeia na saúde, do que criar este verdadeiro fenómeno de solidariedade e de responsabilidade do estado que é a taxa de internamento. Como se qualquer um de nós se internasse por gosto, por prazer, por gozo de férias (com direito a pensão completa).
Como se esse facto não resultasse de um acto e decisão clinicos, quantas vezes para além da vontade do doente.
Cinco euros por dia, até 14 dias de internamento, resulta numa despesa de 70 euros.
Para um político, um empresário, para a dita classe alta e média (se é que ésta última ainda existe), acredito que nada significará. Até porque normalmente resulta no recurso a clínicas privadas, com maior despesa.
Para uma família, com dois filhos em idade escolar, em que o internado, pelo facto de estar doente, já tem uma redução significativa no seu rendimento, 70 euros é, no mínimo, um roubo.
Há sempre a solução de pedir ao médico o seu internamento por 15 ou 16 dias. Já é de borla.
Mas não é só política esta (i)responsabilidade do ministro.
É de todos nós...
Enquanto assistimos passivamente ao encerramento do SAP e à redução dos serviços de urgência no Hospital D. Pedro, em Aveiro.
Enquanto assistimos, à parte de uma sessão da Assembleia Municipal dedicada ao tema, ao agravar do estado de saúde do peso político e estratégico de Aveiro.
Até ao dia em que o "azar" nos bater à porta.
Sôr Ministro Dr. Correia de Campos, pela saúde de Portugal, demita-se.

6 comentários:

AC disse...

Aproveitar agora para se anexar este sítio a espanha antes que os espanhóis mudem de opinião.
Cpts.

José Manuel Dias disse...

"Dar às pessoas escolhas nos cuidados de saúde e dar-lhes consciência dos custos é óbvio e velho senso comum".
Phill Gramm

Migas (miguel araújo) disse...

Caro Abel Cunha
No caso concreto da saúde nem vale a pena pensar no caso.
Já há muito que Espanha invadiu os nossos hospitais e clínicas.
um Abraço

Migas (miguel araújo) disse...

Caro José Dias
Não dúvido, nem contrario as sábias palavras de Phill Gramm.
No entanto o que me parece estar em causa é a desresponsabilização do estado das suas competências públicas e de uma preocupante falta de realismo social e de preocupação pela saúde pública.
Um abraço

Arauto da Ria disse...

Miguel,penso que tem andado atento ao meu canto e já viu que a oposição é a mesma, só com estilos diferentes, até sobre o PSD estamos de acordo.
Olhe já não me alongo em mais comentários, porque sobre o "queijo" estamos de acordo e sobre a saúde também,eu só seria mais caustico a bater nuns e noutros.
Um abraço.

Arauto da Ria disse...

Miguel,penso que tem andado atento ao meu canto e já viu que a oposição é a mesma, só com estilos diferentes, até sobre o PSD estamos de acordo.
Olhe já não me alongo em mais comentários, porque sobre o "queijo" estamos de acordo e sobre a saúde também,eu só seria mais caustico a bater nuns e noutros.
Um abraço.