Por uma maior participação cívica e responsável de todos no desenvolvimento de Aveiro.
(publicado na edição de hoje, 12.10.06, do Diário de Aveiro)
Post-its e Retratos
1 ano depois… cidadanias!
Há um ano, Aveiro vivia a realidade de uma mudança.
Inédita. Inesperada por muitos, mesmo por quem através do seu voto contribuía para essa mudança ou por quem não imaginaria sequer a probabilidade de tal acontecer.
Depois de várias décadas de exercício da gestão local pelos democratas-cristãos, seguida de dois mandatos socialistas, uma coligação até então impensável, proporcionava uma das surpresas das últimas eleições autárquicas. A viragem à direita proporcionava o regresso dos democratas-cristãos e pela primeira vez na Câmara de Aveiro, ao fim de 30 anos da democracia autárquica, o PSD era “poder” autárquico.
Estes são os factos do resultado das últimas eleições.
Balanços e contradições são, neste contexto, palco para prós e contras.
Elogios, decepções, encorajamentos, esperanças.
Mas democrática e politicamente Aveiro cresceu ou mudou?!
Talvez!
O que sei é que Aveiro passou um ano muito centrado numa realidade: a dívida.
É inquestionável que a dívida é um facto preocupante para a gestão do município. Não me parece que seja excessivamente preocupante ao ponto de centrar e criar um exclusivismo de acção política, condicionando quer a acção do executivo, quer a falta de propostas e alternativas claras da oposição para Aveiro.
Como dizia a velha máxima: há vida para além do deficit.
E a maior desilusão da democracia portuguesa, de alguns anos a esta parte, reside no esvaziar constante da verdadeira conquista do pós 25 de Abril: o poder local.
Tentativas de centralização exclusiva pelo poder central, asfixia de vontades e das realidades locais e regionais, são as esperanças desfeitas naquela que foi a grande novidade da história política portuguesa: a melhor forma de representatividade do poder.
Este transformou-se, por este país fora e nos mais recônditos lugares, numa rede de interesses partidários, de influências de amizades e favores, de regras anarquizadas a favor de caciquismos. São sobejamente públicos os exemplos. Raramente a bem do povo e do município.
Responsabilidade repartida por um poder central extremamente controlador e autoritário. Pouco descentralizador e com muito pouca vontade de transferir para as autarquias capacidade financeira e responsabilidade política e de gestão: saúde, ensino, protecção, transportes e acção social.
Se o poder central optasse, não por tutelar e asfixiar, mas por regular e respeitar as autonomias políticas e financeiras das autarquias, era mais eficaz a verdadeira regionalização e responsabilização local. Desta forma o poder autárquico deixaria de ser uma mera extensão de vontades ou contradições do poder central.
Mas basta?! Não!
E a responsabilidade dos munícipes?! Qual o seu papel e a sua responsabilidade?!
Há um ano, pelas mais diversas razões, Aveiro via surgir um “movimento” espontâneo de vontades críticas pós-eleitorais através da blogoesfera. Foram várias as vozes que se ergueram. Uns desistiram, outros entraram em suspensão e ouros ainda por cá se fazem ouvir, com maior ou menor eco.
Pela participação democrática e pelo dever e direito cívico do exercício de cidadania. Independente, transversal e extra partidária, mas política.
E é extremamente importante que este sentido cívico prolifere.
Porque a vida local não deve ser da exclusiva responsabilidade partidária. Porque a democracia é um bem comum e precioso. Alicerçado na liberdade de expressão crítica, no pluralismo e no respeito.
E essencialmente na defesa do bem comum que é Aveiro. Através da participação democrática directa, impressa ou pelo uso das novas tecnologias, das convicções pessoais de todos.
Aveiro precisa de mudar mentalidades. Pela defesa de um conjunto de causas e valores aveirenses.
Pela afirmação do nosso município.
(publicado na edição de hoje, 12.10.06, do Diário de Aveiro)
Post-its e Retratos
1 ano depois… cidadanias!
Há um ano, Aveiro vivia a realidade de uma mudança.
Inédita. Inesperada por muitos, mesmo por quem através do seu voto contribuía para essa mudança ou por quem não imaginaria sequer a probabilidade de tal acontecer.
Depois de várias décadas de exercício da gestão local pelos democratas-cristãos, seguida de dois mandatos socialistas, uma coligação até então impensável, proporcionava uma das surpresas das últimas eleições autárquicas. A viragem à direita proporcionava o regresso dos democratas-cristãos e pela primeira vez na Câmara de Aveiro, ao fim de 30 anos da democracia autárquica, o PSD era “poder” autárquico.
Estes são os factos do resultado das últimas eleições.
Balanços e contradições são, neste contexto, palco para prós e contras.
Elogios, decepções, encorajamentos, esperanças.
Mas democrática e politicamente Aveiro cresceu ou mudou?!
Talvez!
O que sei é que Aveiro passou um ano muito centrado numa realidade: a dívida.
É inquestionável que a dívida é um facto preocupante para a gestão do município. Não me parece que seja excessivamente preocupante ao ponto de centrar e criar um exclusivismo de acção política, condicionando quer a acção do executivo, quer a falta de propostas e alternativas claras da oposição para Aveiro.
Como dizia a velha máxima: há vida para além do deficit.
E a maior desilusão da democracia portuguesa, de alguns anos a esta parte, reside no esvaziar constante da verdadeira conquista do pós 25 de Abril: o poder local.
Tentativas de centralização exclusiva pelo poder central, asfixia de vontades e das realidades locais e regionais, são as esperanças desfeitas naquela que foi a grande novidade da história política portuguesa: a melhor forma de representatividade do poder.
Este transformou-se, por este país fora e nos mais recônditos lugares, numa rede de interesses partidários, de influências de amizades e favores, de regras anarquizadas a favor de caciquismos. São sobejamente públicos os exemplos. Raramente a bem do povo e do município.
Responsabilidade repartida por um poder central extremamente controlador e autoritário. Pouco descentralizador e com muito pouca vontade de transferir para as autarquias capacidade financeira e responsabilidade política e de gestão: saúde, ensino, protecção, transportes e acção social.
Se o poder central optasse, não por tutelar e asfixiar, mas por regular e respeitar as autonomias políticas e financeiras das autarquias, era mais eficaz a verdadeira regionalização e responsabilização local. Desta forma o poder autárquico deixaria de ser uma mera extensão de vontades ou contradições do poder central.
Mas basta?! Não!
E a responsabilidade dos munícipes?! Qual o seu papel e a sua responsabilidade?!
Há um ano, pelas mais diversas razões, Aveiro via surgir um “movimento” espontâneo de vontades críticas pós-eleitorais através da blogoesfera. Foram várias as vozes que se ergueram. Uns desistiram, outros entraram em suspensão e ouros ainda por cá se fazem ouvir, com maior ou menor eco.
Pela participação democrática e pelo dever e direito cívico do exercício de cidadania. Independente, transversal e extra partidária, mas política.
E é extremamente importante que este sentido cívico prolifere.
Porque a vida local não deve ser da exclusiva responsabilidade partidária. Porque a democracia é um bem comum e precioso. Alicerçado na liberdade de expressão crítica, no pluralismo e no respeito.
E essencialmente na defesa do bem comum que é Aveiro. Através da participação democrática directa, impressa ou pelo uso das novas tecnologias, das convicções pessoais de todos.
Aveiro precisa de mudar mentalidades. Pela defesa de um conjunto de causas e valores aveirenses.
Pela afirmação do nosso município.
1 comentário:
Governar apenas para conter o défice tem como consequência estagnar o desenvolvimento de qualquer povo mas, também é claro que o poder autárquico se tem caracterizado por gastar o que não temos, para deixar obra.
Ora essa obra, sendo importante para o povo no que seja infra-estruturas necessária, é complementada por demasiadas obras mais que discutíveis que, de forma geral. acabam a custar muito, muito mais do que inicialmente orçamentado. Ou seja, fazem-se obras que nem sempre se justificam, e paga-se sempre mais do que se deveria.
Falta regulamentação, fiscalização e, bom senso. Se isto já hoje é assim, imagine-se o que seria com a regionalização.
Cpts
Enviar um comentário