Pode-se não gostar de futebol. Pode-se gostar demasiado de futebol.
Com tanto mediatismo, não se pode ficar indiferente ao chamado “caso Mateus”. E há caso sério.
É sério, por várias razões:
- o mérito desportivo não teve qualquer significado.
Se o Belenenses não tivesse descido, não levantaria a problemática.
E não se consegue perceber qual a influência desportiva que o jogador teve nos jogos disputados.
E não se percebe o que é que um processo administrativo e laboral tem a haver com o mérito e o falhanço desportivo.
- é preocupante que o sector “futeboleiro” nacional despreze a constituição e o estado de direito português.
Querer-se sentir acima da lei, das regras: sejam elas judiciais ou financeiras.
O que está em jogo nem sequer é parecido com a situação italiana onde se defraudou e manipulou resultados desportivos.
O que está em causa é um processo administrativo e laboral. Muito para além da esfera desportiva. Por isso, não se percebe qual o espanto do recurso aos tribunais civis, quando os órgãos judiciais desportivos não souberam resolver.
- a soberania nacional.
Quem é a FIFA para se sobrepor ou dar qualquer determinação jurídica a Portugal ou a qualquer país ou até mesmo às leis internacionais?
Como pode ser isso possível num estado democrático e de direito?!
- decisão final.
Quem gere o futebol profissional, não é a LIGA?!
Porque razão é a federação portuguesa a tomar a decisão final?!
E a decisão, deve-se à razão dos factos ou à pressão inqualificável dos senhores da “fif(i)a”?!
E se o Belenenses não tivesse história no nosso futebol e não fosse um clube da capital?! Este processo, teria tido este triste final?!
Nada me move a favor ou contra os dois clubes. Antes pelo contrário.
Mas como treinador de basket e desportista, nestas alturas o orgulho português esvai-se e sobra a vergonha.
Salvaguardo o reconhecido ensejo do ilustre Pedro Guedes (último reduto) na permanência do Belenenses na I Liga. Um direito inequívoco.
Actualização (02.09.06 - 22:30)
O meu caro amigo João Pedro Dias tem aqui um post excelente e inteiramente dedicado ao assunto, do ponto de vista jurídico, após ter prestado igualmente esclarecimentos a pedido do Correio da Manhã.
É sério, por várias razões:
- o mérito desportivo não teve qualquer significado.
Se o Belenenses não tivesse descido, não levantaria a problemática.
E não se consegue perceber qual a influência desportiva que o jogador teve nos jogos disputados.
E não se percebe o que é que um processo administrativo e laboral tem a haver com o mérito e o falhanço desportivo.
- é preocupante que o sector “futeboleiro” nacional despreze a constituição e o estado de direito português.
Querer-se sentir acima da lei, das regras: sejam elas judiciais ou financeiras.
O que está em jogo nem sequer é parecido com a situação italiana onde se defraudou e manipulou resultados desportivos.
O que está em causa é um processo administrativo e laboral. Muito para além da esfera desportiva. Por isso, não se percebe qual o espanto do recurso aos tribunais civis, quando os órgãos judiciais desportivos não souberam resolver.
- a soberania nacional.
Quem é a FIFA para se sobrepor ou dar qualquer determinação jurídica a Portugal ou a qualquer país ou até mesmo às leis internacionais?
Como pode ser isso possível num estado democrático e de direito?!
- decisão final.
Quem gere o futebol profissional, não é a LIGA?!
Porque razão é a federação portuguesa a tomar a decisão final?!
E a decisão, deve-se à razão dos factos ou à pressão inqualificável dos senhores da “fif(i)a”?!
E se o Belenenses não tivesse história no nosso futebol e não fosse um clube da capital?! Este processo, teria tido este triste final?!
Nada me move a favor ou contra os dois clubes. Antes pelo contrário.
Mas como treinador de basket e desportista, nestas alturas o orgulho português esvai-se e sobra a vergonha.
Salvaguardo o reconhecido ensejo do ilustre Pedro Guedes (último reduto) na permanência do Belenenses na I Liga. Um direito inequívoco.
Actualização (02.09.06 - 22:30)
O meu caro amigo João Pedro Dias tem aqui um post excelente e inteiramente dedicado ao assunto, do ponto de vista jurídico, após ter prestado igualmente esclarecimentos a pedido do Correio da Manhã.
7 comentários:
Isto dos futeboys é outro mundo onde poderes paralelos se cruzam a cada instante e não seria para ser levado a sério, não fora os dinheiros públicos que vão alimentando a borga. De minha parte, apenas lamento ter de andar a contribuir para o pagamento dos parques de diversão durante mais uma porrada de anos.
Quanto ao resto, faz parte do entretenimento e é preciso ocupar as cabecinhas do povo.
Cpts.
Viva "terrível".
Como já lhe disse no seu espaço, mais arecia que tinha desertado ou emigrado.
Isso é que foram férias.
Entretanto, houve quem continuasse a laborar por cá.
E assim se foi mantendo a "máquina".
Cumprimentos
O futebol é uma indústria muito forte e envolve muitos milhões.
Independentemente de quem tem razão,Só lamento que a Federação e até o governo,estejam preocupados com estes acontecimentos de «lã caprina» e até a própia FIFA,por se sentir ameaçada no poder que quer mantêr, pois não admite que os associadoos dos seus associados recorram aos Tribunais civis,estivessem tão calados no clebre apito dourado.
Em Itália País de mafiosos, já por duas vezes,que portentados como Milão,Inter e juventus, desceram para divisões inferiores por situações como as que aconteceram no apito dourado e aqui a nossa Federação não fêz como a Italiana que investigou e decretou nesta época a descida da Juventus e Fiorentina.
Imagine aqui neste canto uma descida de divisão do Porto, Benfica e Sporting, por estes motivos,caía o Governo.
Temos muito que aprender...E o Governo fêz alguma coisa?
Agora o Secretário de Estado do Desporto só por ameaças da FIFA já marcou uma Audiência com o Presidente da Liga (Arguido no Apito Dourado) e o Presidente da Federação, cmplice no mesmo processo por mutismo e inercia.
Desculpe o espaço tomado mas penso que levanto uma pontinha do véu.
Obrigado pela visita e espero que todos ajudemos a limpar não só o futebol, mas tudo e é muita coisa.
Viva:
Pois... enquanto não forem "dentro" todos os corruptos ligados ao Apito Dourado isto vai de mal a pior.
É a desenvergonhice total.
Bom, mas hoje venho aqui desejar-lhe um bom fim de semana.
Um abraço,
Aguardo a sua visita.
Viva Miguel:
Ainda a propósito do artigo do João Pedro Dias no Respublica.
... e assim temos que a FPF invocando o interesse público vai confirmar o Gil Vicente na Divisão de Honra e o Belenenses na Liga.
O Gil Vicente poderá, se quiser, continuar com o processo e sofre nova despromoção.
Entretanto lá mais para a frente, e independentemente de se saber quem tem razão, já o Gil Vicente acabou como clube de futebol.
Como os campeonatos não param por causa do processo quando se vier a saber a resolução do caso ninguém sabe quem é que subiu de divisão e quem é que desceu pelo que aos gilistas nada resta do que começar onde estavam porque caso contrário iriam prejudicar terceiros que nada têm a ver com o caso.
Moral da historia... O Gil Vicente tem mais é que "meter a viola no saco" se quiser continuar a jogar futebol em Portugal.
Um abraço,
Mas há mais Mostardinha.
Uma das expressões interessantes do João Pedro, é a excelente referência que ele faz quando diz que a FPF ao requerer o interesse público, fá-lo dentro do procedimento jurídico dito civil, já que o regime desportivo não prev~e tal situação.
Ou seja, toma o mesmo procedimento que o Gil Vicente.
Dois pesos, duas medidas.
Abraços
Esse mundo do futebol é outra bandalheira! Vale tudo por dinheiro...
Enviar um comentário