“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

05 setembro 2006

Obrigatoriamente

De leitura obrigatória esta excelente análise política no Portugal Contemporâneo, sobre o Manifesto da Direita (ou de alguém da dita direita).
A não perder.
Obrigatório.

8 comentários:

Al Berto disse...

Viva Miguel:

A democracia é o pior dos regimes se excluirmos todos os outros.

Á democracia portuguesa é necessária uma direita credivel.

Não pode é andar a lamentar-se, passados 30 anos do 25 de Abril, de subjectivas razões já gastas pelo tempo.

O problema da direita é nunca ter tido referências políticas de direita que se tenham oposto ao estado novo.
A sua subservência a Salazar tem andado a ser paga... é elemantar.

A "direita democrática" como, se formos francos e objectivos, sabemos, está integralmente no PSD.

A "nova" direita tem que fazer a sua refundação e aí o papel do Manuel Monteiro não será de desvalorizar, bem pelo contrário.

Um abraço,

PS1: ... gostei daquela referência do Salazar á necessidade da intervenção do estado na economia :-)

PS2: ... mas se o Portas regressar então aí o CDS não tem mais solução.
A história não anda para trás.

Migas (miguel araújo) disse...

Caro José Alberto
Permita-me discordar de alguns conceitos seus.
A Direita já há muito que deixou de pagar uma factura que lhe foi mais imposta do que propriamente sua por direito (ou dever).
Há cerca de 20 anos atrás esta questão era verdadeiramente mais incisiva.
Veja o meu caro que até o seu PS usa receitas, políticas e convicções ditas de direita. Ou que pelo menos nos são mais caras.
Quanto ao manifesto propriamente dito, o mesmo teve mais reflexo em alguns (eventualmente vários) blogs, pelas mais diversas razões (elogios, critícas e mal-dizer) do que propriamente nos canais próprios - os partidos (PSD e CDS.PP), e até mesmo na comunicação social que se interesou mais com quem recebia quem e o quê, do que propriamente no conteúdo (se é que o tem) do documento.
E esta é outra questão: o manifesto não traz nada de novo ou de interesse. É o reflexo cíclico anual do verão do Dr. Monteiro. Gosta de vir, de vez enquando dizer umas coisas.
A direita tem espaços próprios (sejam mais centrais ou mais ou menos à esquerda e ao centro).
Tem dualidades próprias dos princípios e ideologias dos dois partidos, com expressão, que a constituem - CDS.PP e PSD.
A unidade direitista deverá acontecer por condicionalismos pontuais e abrangentes da política nacional.
O meu caro amigo vê algum manisfesto à esquerda?!
E o conteúdo do documento está cheio de clichés, meios factos e verdades de La Palisse. Nada de novo.
Para quem queria unir e clarificar a Direita em Portugal... para quem entende que a direita não deve estar dividida e desunida, é incoenrente com as suas opções quer na saída do cds e na formação do pnd.
O problema é que o Dr. Monteiro ainda não percebeu que o seu tempo, ideias e posicionamento político já passou e foi democraticamente derrotado.
Vir agora como salvador da pátria só reflecte a sua aungústia por tal facto.
Cumprimentos

Anónimo disse...

Sem querer polemizar, meu caro JAM, sou capaz de concordar consigo quando afirma que a «a história não anda para trás», referindo-se a Paulo Portas. Permito-me, todavia, observar que na sua análise também diz que o eventual papel de Monteiro em termos da direita pode vir a ser relevante. Creio haver aí uma contradição - e desculpe-me a observação. Se o tempo não volta para trás (e isso é discutível) a regra tanto se aplicará a Portas quanto a Monteiro. Ou estarei a ver mal o problema? É que ambos «já são passado»; ambos «já lá estiveram» para usarmos a expressão popular. Porquê, então, considerar que um por ter passado já não tem futuro e outro, apesar de também já ter passado, continua a ter futuro? Eu não discuto os eventuais futuros de ambos. Penso é que deveremos aplicar a ambos um mesmo critério; não poderemos ter dois pesos e duas medidas, consoante se goste mais ou menos de uma pessoa. Estarei a ver mal o problema, meu caro? Além disso, permita-me uma consideração final - se é verdade que cada um é fruto das suas circunstâncias e produto do seu passado e que ambos (passado e circunstâncias) vão moldar o futuro, então não nos podemos esquecer que, à direita, objectivamente, Portas foi mais bem sucedido do que Monteiro (e estou muito à-vontade para reconhecer isso, como penso que sabe. Mas em termos estritamente objectivos, Portas guindou a tal direita a um patamar de governação que Monteiro nunca logrou alcançar. Desculpe-me esta interpelação directa, aqui na casa do nosso comum amigo Miguel, mas não resisti a deixar-lhe esta observação. Cumprimentos amigos. JPD

Anónimo disse...

O Portas nunca chegou ao resultado do monteiro tanto nas eleiçóes autárquicas, europeias ou legislativas e essa é que é essa, no entanto portas chegou ao governo por circunstancialmente o psd tão voraz de poder precisar dos 7% do cds (voracidade se calhar aplicável ao senhor joao pedro dias que trocou o seu amigo monteiro por um paulo portas porquê? obviamente que portas como traidor que é não tem problemas em ajudar os iguais a ele)...e agora este senhor dias qual cristão-novo receoso que falem do seu período de pecador (monteirista) vem agora com o fervor de convertido tardio criticar de todas as formas possíveis o anterior patrão...siga o meu conselho e não aponte o dedo a outros não vá o senhor ter telhados de vidro...

Carlos Martins disse...

Caríssimos,

A si, CAM, sugiro-lhe o livro do Jaime Nogueira Pinto, A Direita das Direitas. Isto porque parece querer embarcar numa teoria que só há uma direita. E pior que isso, parece querer colar essa única direita que diz conhecer ao Estado Novo.

As Direitas de hoje pouco têm que ver com essa realidade da História Portuguesa e pela primeira vez em Portugal há uma geração com massa crítica que não tem qualquer estigma com o passado, sem o rejeitar. Não ha mais complexos de esquerda ou do Estado Novo. Não há subserviência a Salazar, antes respeito, como a qualquer outro líder marcante da História Portuguesa. E isso é irrepreensível em termos políticos.

QUanto aos históricos do CDS-PP, permitam-me discordar com todos. Monteiro não é coerente com o tipo de direita que defende, Ribeiro e Castro vem da ala conservadora (ou pelo menos serve-se dela para liderar) e Portas também faz uma deambulação entre conservadorismo, estadismo centrista, liberalismo e ou mistura destes.

A Direita do futuro conserva os grandes valores que sempre acreditou, mas é apologista incondicional da eficiencia do mercado. Pelo menos, é assim que vejo e perspectivo.

Cumprimentos a todos.

Migas (miguel araújo) disse...

Senhor Guilherme Waldner
Em primeiro lugar e respeitosamente seja bem vindo a esta modesta, mas democrática casa.
E democrática por este seu autor acredita verdadeiramente na política como motor do desenvolvimento social, garante das liberdades fundamentais.
Acredita sinceramente, ou, no bom entender do ilustre e regular visitante - Terra&Sal, "piadosamente" que a democracia, o pluralismo, o são confronto de convicções e ideias e, acima de tudo o respeito pelo outro, são fundamentos essenciais para que este espaço continue, seja válido e tenha qualquer sentido.
Tenha o valor que tiver e que os visitantes queiram atribuir.
Como penso que já deverá ter reparado, nem todos (e nalguns casos a maioria) os visitantes e seus comentários são concordantes com as minhas ideias.
Ainda bem... podemos dessa forma contrapor as ideias e convicções e respeitosamente polemizar (que é um dos objectivos da blogoesfera).
Por isso e não querendo advogar em causa de outrém (até porque não tenho procuração para tal), não me parece correcto as afirmações feitas em relação ao João Pedro Dias.
Principalmente porque o mesmo não teceu quaisquer elogios ou sobrevalorizações do Paulo Portas em relação ao Manuel Monteiro.
Até porque foram mais os "benefícios" (se quiser usar o termo) no tempo do Manuel Monteiro (quer na JC quer no CDS) do que com o Paulo Portas. E olhe que eu sei do que falo.
E não me parece correcto, nem lógico que as comparações se processem através de um mero valor estatístico e que contém muitos factores.
A realidade é que o Manuel Monterio não soube aceitar a democracia dum processo eleitoral interno, não soube continuar dentro do partido a "lutar" pelas suas ideias (como muitos fazem hoje contra Ribeiro e Castro).
Vir agora falar de união da direita, quando em pleno processo eleitoral não se coibiu de criar fissuras com a criação de um partido (que já se sabia à partida sem qualquer projecção ou futuro), é no mínimo não ter "topete" e querer mediatismo.
Cumprimentos e volte sempre.
Mesmo na contradição é sempre bem vindo.

Anónimo disse...

Caro Migas, aceite os meusparabéns pelo seu blogue mas acho que o senhor deveria perguntar ao cavalheiro JPD porque foi que de um momento para o outro começou a odiar o mm e já agora para o contraditório pergunte ao jorge ferreira o porquê, garanto-lhe que não dá o seu tempo por perdido, sou filiado no cds desde 1990 mas estou fora da militância activa há muitos anos e para mim é delicioso ver como alguns cavalheiros que eram os maiores inimigos de portas se tornaram os maiores inimigos de monteiro por mero cálculo político, para isso meu caro é que é preciso topete.
p.s. não creio que mm não tenha aceite a democracia interna do cds, pois nunca contestou ou impugnou qualquer eleição que tenha perdido, no entanto é livre se saír como qualquer outro...

Migas (miguel araújo) disse...

Caro Guilherme
Eu não vou perguntar isso ao João Pedro e muito menos ao Jorge Ferreira.
Sei que mabos vêm aqui regularmente, portanto estarão à vontade para tecer as considerações que acharem importantes.
Até porque como lhe referi, não vou fazer de advogado em causa de outrém, porque tal não me foi solicitado.
No entanto, não me parece que a questão do manifesto passe por questões pessoais.
Afirma que é filiado desde 1990. À mais de vinte anos, já eu era militante da JC e depois do CDS.
Alguns anos depois elegia-se para as lideranças o Manuel Monteiro, acompanhado, pelo Jorge Ferreira para a JC e mais tarde para o CDS.
Não elegi o Paulo Portas, nem já tinha qualquer tipo de militância.
O que não significa que tenha mudado as minhas convicções e o meu sentido de voto.
Não afirmei que o Manuel Monteiro tenha tido qualquer tipo de contestação à eleição. O que não é o mesmo que dizer que não a contestou. Tanto a contestou que virou costas e formou o PND, numa altura em que, eventualemente, o seu papel, mesmo que em oposição interna, teria sido muito mais valioso dentro do partido do que fora dele.
Até mesmo para defender os princípios (se é que existem) do seu manifesto.
E o facto de não se gostar do actual posicionamento e atitudes do Manuel Monteiro, signifique que se esteve a favor de Paulo Portas ou de um eventual regresso.
O que não fiz foi esquecer os meus princípios, as minhas convicções e certezas.
Cumprimentos democráticos