Sua Santidade visitou o país "hermano", neste fim-de-semana passado.
Até aqui nada de extraordinário.
Aliás, bem perceptível dadas as recentes medidas sociais do governo de Zapatero.
Até aqui, entendo a preocupação do Vaticano em querer reforçar a sua posição face à "desfiguração" do conceito e realidade familiar. Entendo e concordo, apesar de não me opor, como opção de vida, às uniões de facto e às opções sexuais de cada um. Mas defendo claramente a necessidade de se proteger o núcleo familiar tradicional.
Portanto, conhecendo-se o "dogmatismo" da Igreja Católica, a visita do Papa Bento XVI foi perfeitamente normal e lógica.
Mas não foi...
E não foi, porque tinham de aparecer a terreiro as vozes "puritanas" e ultra-conservadoras do prelado espanhol, imbuído numa maioria espiritual e vivencial duma das maiores comunidades "Opus Dei".
Quando Sua Santidade visita um país, independentemente da sua condição espiritual e religiosa, fá-lo igualmente na qualidade de Chefe dum Estado e representante oficial duma comunidade religiosa.
E nessa qualidade foi, exemplarmente, recebido pelo Primeiro Ministro espanhol e pelo Rei de Espanha.
Para quê os insultos e a imagem laicismo escandaloso pela não presença de Zapatero na Eucarísita de ontem, proferidos por uma "ala" da Conferência Episcopal Espanhola conectada com a Opus Dei?!
Sendo Zapatero não praticante e não confesso, primeiro ministro de todos os espanhóis, porquê mascarar-se de falsidade e aparecer na eucaristia?!
Sendo a eucaristia o principal sacramento da essência do catalocismo, o seu principal papel é celebrar a morte e a ressurreição de cristo. E não a preocupação do politicamente correcto.
E é estranho a fundamentação proferida.
Infelizmente, numa clara ausência de respeito e racionalidade por parte da Igreja espanhola, é mais relevante a ausência de Zapatero na eucaristia, do que a falsidade da presença de um dos maiores criminosos e traficantes de droga como Daniel Ortega (ida do Vaticano à Nicarágua) ou a presença na "missa" em Cuba do convicto ateu e professo ditador Fidel Castro.
Infelizmente, estes são pormenores demasiado grandes para que seja muito importante (re)envagelizar a Igreja por dentro. A menos que se queira fechar as portas das igrejas.
A terminar... como bem refere a Lusa, "em França, aquando da Jornada da Juventude, em Agosto de 1997, nem o Presidente da República, Jacques Chirac, nem o Primeiro- Ministro, Lionel Jospin, assistiram à missa de encerramento celebrada por João Paulo II". Alguém se escandalisou?!
Pois...
2 comentários:
Viva Miguel:
Bem observado. Sempre atento como de costume.
Um abraço,
Zapatero anti catolico; Zapatero anti español
Enviar um comentário