“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

25 outubro 2005

"Plagiar" é feio!

Soube a pouco ou a quase nada...
E nem a ausência das altas esferas do PS (ausência muito mal disfarçada já que no passado fim-de-semana ouvimos o nosso (des)governante José Sócrates a apelar ao voto em Mário Soares e a afirmar que este é o candidato socialista), nem isso, trouxe algo de interessante a um discurso vago, vazio de ideias concretas. Apenas repetições (plágios) interessantes do discurso de Cavaco Silva.
Afirmar que se é a favor da estabilidade (qual canção de embalar - "os portugueses comigo podem dormir descansados") é plágio (Cavaco Silva já o tinha dito).
Afirmar-se como candidatura nacional é plágio (Cavaco Silva também assim se apresentou), acrescido desta candidatura ser marcadamente partidária, com pequenos rasgos de independência, por ter saído da vontade expressa do PS nacional (nem todo).
Afirmar que mantém os actuais poderes presidenciais e ser-se partidário do sistema sem-presidencialista em vigor é plágio (Cavaco Silva já tinha referido que conhecia os actuais poderes e que aceitava a actual Constituição).
E nem o formato do discurso conseguiu ser diferente (a não ser no protagonista): o mesmo estilo, as perguntas (des)ordenadas dos jornalistas, a família, os amigos e o staf. Foi plágio.
É feio plagiar e não trazer nada de novo e diferente do seu principal opositor (sem esquecer Manuel Alegre), num discurso muito vazio de ideias e princípios.
Dizer-se que "sou socialista" mesmo os mais distraídos não duvidam. Dizer que se tem o apoio do PS ('alertando' a candidatura de Manuel Alegre), já o próprio primeiro ministro o tinha afirmado.
Socialista, republicano e laico foi um discurso usado já há décadas.
De novo para o futuro... NADA!
Esta candidatura marcadamente partidária e socraísta, está 'amarrada' e incomodada pelo mau desempenho governativo de quem a apoia e marcada pela bipolarização Soares-Alegre que a auto-derrota.
Quem ganha com esta conjuntura é Cavaco Silva. Para além do apoio à direita, o ex-primeiro ministro consegue "colar-se" a um PS que não se revê em Manuel Alegre e preconiza a ideia de um Soares fora do tempo (exemplo os mandatários presidentes de câmara recém eleitos pelo PS nas autárquicas). É por estes factos, uma candidatura muito mais abrangente e supra-partidária.
Para além disso, no seu discurso, Mário Soares esqueceu-se que o que o País precisa neste momento ('banhado' por mais descontentamento popular e social que no governo de Guterres e Durão Barroso juntos e ainda se dá o desconto do tempo de Santana Lopes), conforme o demonstraram as eleições autárquicas, é de um Messias, ou como referiu Jerónimo de Sousa, de um sebastianista.
Pois bem... que se levante o nevoeiro! Porque D. Sebastião já existe.

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