“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

11 setembro 2010

Nove anos depois...

11 de Setembro de 2001.
A América e o Mundo acordavam num pesadelo com os atentados no WorldTraceCenter, no Pentágono e a queda do terceiro avião na Pensilvânia.
Tudo poderia ter ficado circunscrito ao pesadelo do povo americano que nunca pensou sofrer tal ataque, no seu próprio território. Mas não... o Mundo não foi o mesmo depois de 11 de Setembro de 2010 (seja qual for a posição de cada um).
Entre promessas de queima de livros sagrados, bandeiras rasgadas e queimadas, apedrejamentos, ataques suicidas, ..., o 11/09 foi e ainda é uma "guerra religiosa e política".
Foi e é uma "guerra" entre o Islão e o Cristianismo. Foi e é uma "guerra" política entre o Oriente e o Ocidente.

Hoje em dia, o 11/09 é também motivo de divisão nos Estados Unidos: entre os que defendem ou criticam a construção de uma mesquita no "Ground Zero".
O que, por si só, confirma o que referi: uma questão político-religiosa.

E o problema pós-11/09 já não é (só) a segurança, dominados e dominadores, democratização (??) de estados... o problema que agora persiste tem maior relevância: chama-se tolerância e direito à diferença.

3 comentários:

Alírio Camposana disse...

Viva, Miguel,

Penso que nessa tua análise falta um factor incontornável e ele chama-se conflito Israelo-Árabe.

A existência do estado de Israel e a ocupação de parte da Palestina não são factores propriamente negligenciáveis na questão do terrorismo, obviamente na minha modesta opinião.

Não concordo (mera opinião) que o factor que mais tenha pesado para esses acontecimentos do 11 de Setembro tenha sido essa suposta "guerra" religiosa mas sim, de facto, um "mal" que tem crescido à medida que o problema que referi continua a não ter solução.

Um abraço!

Migas (miguel araújo) disse...

Companheiro
Não há nenhuma fundamentação social ou política para a existência e actividade da Al-Qaeda. Apenas a cultura e a religião suportam as suas acções!
Quanto ao conflito Israel-Palestina, ela já há muito que existe... muito antes de 11/09. À data até um pouco adormecido!
abraços, amigo!

Alírio Camposana disse...

Ó amigo Miguel!

Então a cultura (crenças, valores, comportamentos, instituições, regras morais,etc.) não é aquilo que identifica os grupos humanos dentro da sociedade?

Então a religião não é um fenómeno, para além de individual, fortemente social? E a política, surge de onde? Não surge da necessidade de dirigir os destinos internos e externos das nações dos homens, das sociedades humanas?

Quanto ao terrorismo há ou houve grupos marcadamente políticos cuja intenção era a de, pelo terror, implementar alterações políticas. A Teocracia que viesse de um governo vitorioso assente na força terrorista não pressuporia intervenção política, porventura, à posteriori? Penso que sim.

Um dos pontos-chave da Al-Qaeda é, creio eu (não sou especialista), o de acabar com a influência dos países ocidentais nos países muçulmanos construindo um novo sistema, obviamente Islâmico e, claro está, politicamente novo no tal sentido da direcção interna e externa dos "novos" califados que daí adviessem.

Quanto à questão Israelo-Árabe que desvalorizas ela é fundamental para a Al-Qaeda, já que a "aliança" cristã e judaica que os aterroriza, por estarem convencidos que está em curso a destruição do Islão, materializa-se, precisamente, no apoio dos EUA a Israel! Aqui estaria, porventura, a necessidade da Jihad!

E pronto meu amigo, após esta intervenção, o melhor será chamarmos o Nuno Rogeiro para nos corrigir...

Um abraço!