“Debaixo dos Arcos” foi, e ainda é, o primeiro blogue não virtual de Aveiro. Espaço de encontro, “tertúlia” espontânea, “diz-que-disse”, fofoquice pegada, críticas e louvores, ..., é uma zona nobre da cidade, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontram e conversam sobre "tudo e nada": o centro do mundo...

09 janeiro 2006

Fim de Semana Presidencial

A campanha eleitoral para as presidenciais arrancou oficialmente este fim-de-semana.
Começa a ser questionável se este é um marco importante no processo. Já há mais de 4/5 meses que não se vem discutindo outra coisa senão a capacidade de Cavaco Silva ganhar as eleições à primeira ou à segunda volta.
A surpresa ou não das apresentações das candidaturas já passou; já se assistiu ao inédito formato dos debates televisivos; já se escreveram páginas e páginas de diários de 'pré pré-campanha' e pré-campanha. Só mesmo a azáfama comercial do natal e a festa de um ano melhor (que passada a euforia de meia dúzia de horas de folia se mostrou infrutífera e frustrante) deu algum descanso ao tema.
E o efeito mobilizador de sentimentos no eleitorado começa a mostrar-se cansativo, repetitivo e sem muitos pontos de interesse.
As sondagens vão mostrando, diariamente, o desfecho final deste processo. Mormente, entender que as mesmas poderão transformar-se no maior candidato ou em criar o principal adevrsário 'político' do professor: a abstenção motivada por execesso de confiança na vitória.
Um início oficial de campanha marcado pela continuidade: divisão (inédita e interrogativa) da esquerda - divisão do PS com duas candidaturas emergidas deste eleitorado - o combate exaustivo e desenquadrado ao exercício de governação do ps por parte de Louçã e Jerónimo - a falta de argumentação e de propostas presidenciais que contraponham o projecto para portugal de Cavaco Silva.
E a ausência de capacidade de argumentação e de propostas, resulta no desespero de causa, que transforma a ausência de ideias presidenciais em ataques irracionais, argumentações fantasmagóricas e na necessidade de se encontrarem 'bodes' expiatórios e causas externas para o descalabro dos resultados eleitorais previsíveis.
Mário Soares, desesperadamente perdido, tenta refugiar-se em demagogias e 'manobras de bastidores' para criar destabilizações e transformar-se em vítima, tentando daí recolher dividendos e desculpas para a sua derrota. O eleitorado é que já não é o mesmo de há muitos anos atrás. E há claramente 'feitiços' que se viram contra os seus 'feiticeiros'. Para quem sempre andou com a comunicação social nas palmas das mãos (e a mais recente cobertura noticiosa, tipo 'Lux' ou 'Caras' são o tipico triste exemplo disso mesmo) a 'vitimização' do fantasma da perseguição e marginalização é triste.
Manuel Alegre perde o fulgor do início da sua campanha e é notório que, por mais cidadania que se possa incutir numa candidatura, a mesma não funciona sem o apoio partidário, seja de forma directa ou não.
Jerónimo de Sousa não consegue ultrapassar o seu espectro eleitoral.
Francisco Louçã, que parece perder o combóio dos resultados legislativos do bloco, vira-se para os indecisos socialistas, sem perceber que estes, não votando em Soares ou Alegre, votarão em nada ou em Cavaco Silva.
Este último folgo da campanha eleitoral revela apenas um aspecto de interesse: qual será a dimensão do 'tsunami político' no interior do PS, face aos resultados eleitorais de 22 de Janeiro.
Ou será que a recusa ao apoio à candidatura de Manuel Alegre e o apoio a Mário Soares, fora previa e meticulosamente preparados para facilitar a vitória de Cavaco Silva?!
Dia 23 de Janeiro logo se verá...

1 comentário:

VerDesperto disse...

Não conhecia o blog e gostei... da reflexão..